O vice-presidente eleito da Colômbia, Angelino Garzón, disse hoje que “valoriza muito” a declaração do presidente venezuelano Hugo Chávez, em que ele pede à guerrilha colombiana que reconsidere sua estratégia armada. O presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse em 7 de agosto.
Em entrevista à Rádio Quito, a partir de Bogotá, Gazón disse que valoriza “muito as recentes declarações do presidente Hugo Chávez, quando ele disse à guerrilha colombiana que a existência dela não tem sentido”. Segundo ele, é importante “encontrar caminhos para não permitir a existência de grupos armados ilegais em nenhum dos países da região”.
Na sexta-feira passada, Chávez instou a guerrilha colombiana a “reconsiderar sua estratégia armada”, por ela não ter a possibilidade de êxito e por constituir “uma desculpa” para os Estados Unidos entrarem na Colômbia.
Mediação
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá receber, em Brasília, o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, na noite de hoje. Uma porta-voz da presidência brasileira, que pediu para não ser identificada, confirmou a realização do encontro, em antecipação à cúpula da União das Nações Sul-americanas (Unasul), que ocorrerá na próxima quinta-feira, no Equador, que ocupa a presidência rotativa da organização.
Lula quis mediar o conflito diplomático entre Colômbia e Venezuela, após o rompimento das relações diplomáticas. Depois que a crise estourou, Lula telefonou para Chávez para recomendar ao presidente venezuelano uma solução pacífica para o impasse. Os dois presidentes deverão discutir o tema quando Lula visitar a Venezuela em 6 de agosto.
Amanhã, Maduro se reunirá com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, para discutir o conflito diplomático. Em nota oficial distribuída à imprensa, o ministério argentino de Relações Exteriores esclarece que a reunião com Cristina foi solicitada pelo governo Hugo Chávez, “no marco das consultas regionais suscitadas diante do rompimento de relações entre Venezuela e Colômbia”.
Histórico
Na semana passada, Chávez rompeu relações diplomáticas com a Colômbia, após o governo colombiano ter acusado na Organização dos Estados Americanos (OEA) que a Venezuela abrigava acampamentos com 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
No final de 2009, logo após conflitos diplomáticos entre Bogotá e Caracas, o governo venezuelano quase fechou a fronteira à entrada dos produtos colombianos. A Venezuela foi o segundo maior mercado para os produtos colombianos naquele ano, mas as exportações colombianas ao vizinho atualmente caíram em cerca de 70%.