O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, chegou ontem a São Paulo para ser submetido a uma série de exames no Hospital Sírio-Libanês e verificação da dimensão de seu câncer linfático, anunciado publicamente na semana passada, quando os médicos em Assunção removeram um linfoma de sua virilha.

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No fim de semana, a preocupação no âmbito político em Assunção aumentou depois que o governo admitiu a existência de outro linfoma na região do tórax. O vice-presidente Federico Franco – um conservador com quem Lugo, com origens na esquerda, possui uma tensa relação – assumiu a presidência interinamente.

Franco é um dos líderes do conservador Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que na eleição presidencial de 2008 obteve 75% do total de votos de Lugo (que não contava com partido próprio). O PLRA também é a principal base da coalizão do governo Lugo, a Aliança Patriótica para a Mudança no Parlamento. Mas Franco reclama que, apesar do peso de seu partido, não obteve poder suficiente no governo.

No ano passado, em meio ao escândalo dos filhos não reconhecidos do ex-bispo, Franco entusiasmou-se com a possibilidade de ocupar a presidência e disse que estava pronto caso Lugo fosse afastado por impeachment. Ontem de manhã, antes da partida de Lugo, Franco reduziu os receios do presidente. “É lamentável falar sobre sucessão nesta hora”, disse, acrescentando que, apesar do câncer, o ânimo de Lugo é muito sólido.

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O chefe da casal civil, Miguel López Perito, braço direito de Lugo, criticou as especulações sobre uma eventual sucessão. Segundo ele, “o presidente terá seu sucessor, mas somente em 15 de agosto de 2013”.