A Venezuela, que tem racionado eletricidade para enfrentar o problema dos cortes de energia, cancelou a medida no Estado de Mérida, no oeste do país, informou hoje o jornal “El Universal”. O cancelamento ocorre após protestos nas ruas contra a medida. Daniel Torres, um funcionário da companhia elétrica estatal Corpoelec, em Mérida, disse que foi tomada a decisão de “suspender temporariamente” o racionamento no Estado. A mudança ocorreu após uma reunião que incluiu o ministro do Interior, Tareck El Aissami.
O governo já cancelou o racionamento em Caracas, apenas um dia após ele entrar em vigor, pois houve uma série de problemas na capital com as restrições. Em alguns casos, áreas tiveram acidentalmente a energia cortada duas vezes no mesmo dia, por quatro horas cada vez. Sinais de trânsito desativados também causaram confusão.
Funcionários venezuelanos insistem que, apesar dos problemas, o racionamento por todo o país deve ser retomado até maio, quando a temporada de chuvas começa e os níveis em represas de importantes hidrelétricas devem subir. Um novo plano de racionamento em Caracas deve ser anunciado ainda esta semana.
Torres disse que o racionamento em Mérida era mais drástico do que em outras regiões. Ele notou que nesse Estado houve uma redução de 35% no uso de energia, enquanto nos vizinhos Táchira e Trujillo a queda no consumo foi de apenas 20% e 18%, respectivamente.
Os protestos em Mérida não foram apenas contra o racionamento, mas também contra a decisão do governo de cancelar o sinal da Rádio Caracas de Televisão (RCTV), pela segunda vez em três anos. Dois estudantes, um partidário do governo e outro contrário foram mortos a tiros em Mérida nesta semana durante os protestos.
Caso o governo continue enfrentando resistências para implementar o racionamento de energia, isso pode representar um problema ainda maior para o sistema energético do país, que, segundo funcionários locais, já está perto de um colapso por causa do aumento na demanda. As informações são da Dow Jones.