O governo da Venezuela anunciou as suspensão das atividades comerciais na fronteira com a Colômbia – medida que se une ao deslocamento de tropas para a fronteira, em meio à crise diplomática bilateral.
O ministro da Agricultura e Terras, Elías Jaua, declarou na manhã desta terça-feira à estatal Venezolana de Televisión (VTV) que a medida não afetará o abastecimento de produtos provenientes do país vizinho, mas admitiu que terá impacto no comércio bilateral, que chega a cerca de US$ 5,5 bilhões.
"Sem dúvida alguma pode haver algum impacto, mas com a diversificação de nossos fornecedores de alimentos, graças às políticas desenvolvidas pelo governo do presidente Hugo Chávez, não terá maior incidência", disse.
Chávez também expulsou o embaixador colombiano em Caracas, Fernando Marín, junto a todo o corpo diplomático, em protesto contra a "violação da soberania" do Equador por parte do exército da Colômbia, que atacou um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no último sábado.
Jaua disse que é impossível "depender de um país que está em posição de guerra com seus vizinhos" e que Caracas vem se preparando para um cenário como o atual, fechando acordos de importação de alimentos, com países como Nicarágua, Argentina, Brasil e Bielo-Rússia, a fim de garantir "a soberania alimentar".
A Venezuela enfrenta nos últimos meses uma crise de desabastecimento de produtos como frango, carne, ovos, óleo e manteiga, devido à falta de oferta, que o governo vem tentando contornar com a importação massiva de outros países através de uma recém-criada filial da petrolífera estatal PDVSA.