O governo da Venezuela emitiu, por meio do site de sua chancelaria, uma nota na qual critica a postura “dos governos de Argentina, Paraguai e interino do Brasil” em relação ao país. Segundo o comunicado, a Venezuela “rechaça categoricamente as manobras e falsidades antijurídicas” que estariam sendo cometidas. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores diz que a Venezuela está “em exercício pleno” da presidência rotativa do bloco.

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O governo venezuelano nega que tenha deixado de cumprir os compromissos assumidos no Protocolo de Adesão do Mercosul. A declaração ocorre no momento em que há uma divergência no bloco sobre se Caracas deve ou não ocupar a presidência rotativa do grupo. Brasil, Paraguai e Argentina se posicionaram contra a posse da Venezuela, enquanto o Uruguai em princípio disse que deveria valer a ordem alfabética antes estabelecida para a troca de comando, o que deixaria a Venezuela na presidência.

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O governo do presidente Nicolás Maduro chama Argentina, Paraguai e Brasil de “Tríplice Aliança”, na nota. Além disso, diz que “denuncia ante a comunidade internacional a persistência desses governos em tornar vulnerável os Tratados constitutivos do Mercosul, fazendo prevalecer suas preferências políticas e ideológicas neoliberais sobre os genuínos interesses dos povos e seus processos de integração”.

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Caracas diz ainda que funcionários desta “reeditada Tríplice Aliança”, caracterizados “pelo golpismo, o extremismo e a intolerância”, tentariam deslocar suas ações para o Mercosul, “desconhecendo seus princípios, desrespeitando suas normas e deixando vulnerável o direito ao desenvolvimento dos povos que conformam esse mecanismo de integração produtiva e comercial”.

O comunicado é datado de 15 de agosto. No sábado, 13, o Itamaraty divulgou uma nota no qual lamentava que a Venezuela “não tenha logrado êxito” no prazo encerrado no dia 12 em seus esforços para cumprir os compromissos assumidos pelo país para a adesão ao Mercosul. Segundo a nota brasileira, com isso, os quatro outros países do bloco manterão a coordenação do Mercosul. Também no fim de semana, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, José Serra, afirmou que “a Venezuela, o presidente Nicolás Maduro, não vai presidir o Mercosul. Essa certeza todos podem ter”. O chanceler brasileiro citou que entre os tratados que Caracas deixou de cumprir está o protocolo de direitos humanos.