A Venezuela expulsou na sexta-feira (13) o deputado espanhol do Parlamento Europeu, Luis Herrero, que se encontrava no país, a convite dos partidos de oposição, para ajudar a monitorar o referendo de amanhã sobre a emenda constitucional que permitirá ao presidente da República e demais eleitos por voto popular a buscarem reeleição por tempo indeterminado. Se aprovada, a emenda permitirá ao atual presidente Hugo Chávez permanecer no poder.

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O presidente do Conselho Eleitoral Nacional, Tibisay Lucena, acusou Herrero de fazer “declarações ofensivas” contra a decisão do conselho de manter os locais de votação abertos por duas horas além do horário normal de fechamento. De acordo com a agência de notícias Associated Press, Herrero sugeriu que a decisão poderia facilitar fraudes após o cair da noite.

O deputado, que é membro do Partido Popular do Parlamento Europeu e um influente ex-radialista na Espanha, teria ainda chamado o presidente Hugo Chávez de “ditador”, segundo algumas fontes citadas pelo jornal espanhol El Pais. Herrero já deixou a Venezuela e chegou a São Paulo neste sábado (14), segundo o porta-voz do partido para assuntos europeus, Jorge Moragas. O jornal El País diz que Herrero, em São Paulo, foi recebido pelo vice-cônsul espanhol.

O governo espanhol reagiu, convocando o embaixador da Venezuela em Madri, Alfredo Toro Hardy, para prestar explicações sobre a expulsão. O Ministério de Assuntos Externos Espanhol informou que as autoridades consulares espanholas, em Caracas, capital da Venezuela, apresentaram queixa ao Ministério de Relações Exteriores do país.

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Herrero chegou em Caracas a convite do Partido Social-Cristão (Copei) e deixou a cidade escoltado por membros da polícia de segurança do Estado (Disip), informa o jornal El País.