O governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, condenou as sanções impostas pelos Estados Unidos à estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) por fazer negócios com o Irã e disse não acreditar que isso terá um “grande impacto” sobre a capacidade de produção e comercialização da empresa. “Diversificamos nossos fornecedores de tecnologia e, em matéria de financiamento, não temos nenhum tipo de dependência dos EUA ou suas empresas”, afirmou hoje o vice-presidente Elías Jaua ao jornal El Universal.

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Centenas de simpatizantes do governo e empregados da PDVSA protestaram contra as sanções em Caracas e nos Estados de Zulia, Anzoátegui, Monagas, Falcón, Mérida e Sucre. A Câmara de Comércio Venezuela-EUA expressou sua preocupação com o impacto que as sanções podem ter sobre o comércio bilateral, que superou US$ 10 milhões no primeiro trimestre.

As sanções não afetam os cerca de 1,2 milhão de barris de petróleo que a Venezuela envia aos EUA diariamente, portanto, segundo analistas, o impacto material sobre a PDVSA seria mínimo. “As sanções só seriam capazes de trazer um impacto modesto”, disse Gustavo Coronel, consultor petroleiro e ex-executivo da empresa. Ele afirmou que o maior significado está no “efeito político” e “psicológico” da medida. “Isso constitui o primeiro passo real do governo de Obama” contra Chávez, acrescentou. Apesar das relações tensas de Chávez com Washington durante seus 12 anos de governo, os EUA continuam sendo o principal parceiro comercial da Venezuela.

Até mesmo um líder da oposição ao presidente Chávez condenou as sanções. Henrique Capriles Radonski, governador do Estado de Miranda, candidato potencial à presidência nas eleições do ano que vem, disse hoje que se opõe às penalidades. “Nenhum país deveria aplicar sanções unilaterais a outro país.” Ontem, dia em que as sanções foram anunciadas, funcionários do governo classificaram a ação como um ato “imperialista” que “violava a soberania do país”. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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