A líder pró-democracia de Mianmar Aung San Suu Kyi, de 63 anos, foi a julgamento hoje e corre o risco de ser condenada a passar cinco anos na prisão. O julgamento atraiu manifestantes e contou com centenas de policiais. A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, que já passou mais de 13 anos detida, foi acusada de violar os termos de sua prisão domiciliar por ter abrigado um norte-americano que nadou até sua casa, próxima de um lago, para visitá-la no começo deste mês.

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Embaixadores de Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália, assim como um diplomata australiano, foram proibidos de entrar na prisão, mas o cônsul dos Estados Unidos teve permissão para entrar no complexo penitenciário, já que o intruso – o cidadão norte-americano John William Yettaw – também é julgado. O último marido de Suu Kyi era britânico, mas ela não possui cidadania europeia.

Mais de cem manifestantes a favor de Suu Kyi ultrapassaram barricadas em torno da prisão Insein, em Rangum. No entanto, eles não conseguiram ultrapassar as barricadas internas, fortemente protegidas por policiais armados e partidários do governo. Um jovem manifestante foi visto sendo levado embora pela polícia. Membros da família de Yettaw o descreveram como bem intencionado e disseram que ele não tinha consciência dos problemas que poderia causar tentando falar com Suu Kyi. Mas os partidários da líder demonstraram raiva em relação a ele, por ter causado problemas a Suu Kyi.

Os advogados dela afirmaram que Yettaw, de 53 anos, nascido no Missouri, não havia sido convidado a visitá-la e que ela pediu a ele que fosse embora. “Temos certeza de que venceremos o caso se ela for julgada de acordo com a lei, porque Suu Kyi não descumpriu a lei”, afirmou Nyan Win, porta-voz da Liga Nacional para a Democracia (LND), do qual Suu Kyi faz parte. As cortes de Mianmar, país controlado por militares, poucas vezes já foram a favor de Suu Kyi ou de qualquer ativista pró-democracia.

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Eleições

A previsão era de que a ativista fosse libertada no dia 27 de maio, depois de seis anos seguidos de prisão domiciliar, mas há grande expectativa de que a junta militar amplie o período de sua detenção. Porém, segundo advogados internacionais, isso seria ilegal mesmo sob as próprias leis de Mianmar. As acusações mais recentes são vistas como um pretexto para que o governo mantenha Suu Kyi detida até as eleições, previstas para o ano que vem. Suu Kyi, duas companheiras de partido – que são suas únicas companhias na prisão domiciliar – e Yettaw são julgados juntos por violarem as condições da prisão da ativista, que proíbe visitas sem permissão oficial.

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