O derramamento de óleo proveniente da plataforma da companhia britânica British Petroleum (BP), que explodiu no Golfo do México, pode ser pior que o vazamento do navio Exxon Valdez no Alasca em 1989, afirmou o secretário do Interior dos Estados Unidos, Ken Salazar, à rede CNN. “O pior cenário que nós poderíamos ter é o de um vazamento de 100 mil barris de óleo ou mais”, alertou Salazar.
A BP e o governo norte-americano mantiveram na semana passada as suas estimativas de que estejam vazando 5.000 barris de óleo por dia em águas bem profundas do Golfo do México. Mas a secretária de Segurança Interna dos EUA, Janet Napolitano, disse à ABC News que a taxa de vazamento poderia ser muito maior. “Agora ela poderia estar na casa das dezenas de milhares de litros por dia, de barris por dia”, acrescentou a secretária.
O almirante da Guarda Costeira, Thad Allen, disse que seu maior medo é que poderão vazar 100 mil barris por dia, se o poço quebrar. Técnicos dizem que a tubulação do poço parece ser ondulada, reduzindo a taxa potencial de vazamento.
Especialistas do setor disseram, na sexta-feira, com base em imagens de satélite e índices de medição, que estejam vazando entre 20 mil barris e 25 mil barris de óleo por dia. Se essas taxas forem precisas, o vazamento já poderia rivalizar com os 41,6 milhões de litros derramados pelo navio Exxon Valdez, que devastou econômica e ambientalmente parte do Alasca.
Allen disse que três fendas já foram encontrados no poço da BP. Questionado se a taxa de 25 mil barris por dia era precisa, o presidente da BP America, Lamar McKay, afirmou à ABC que as suas próprias estimativas eram “muito, muito incertas.”
O executivo defendeu, neste domingo, o registro de segurança da BP e disse que “um defeito em uma peça do equipamento” foi a causa do maciço vazamento de óleo no Golfo do México, para onde o presidente dos EUA, Barack Obama, se dirigiu neste domingo a fim de ter um relatório atualizado em primeira mão sobre a situação. O óleo está se espalhando em direção à costa norte-americana.
McKay disse à ABC que não poderia dizer quando o poço poderá ser fechado. Mas ele afirmou que uma tampa poderá ser colocada sobre o poço em seis ou oito dias.
As equipes têm tido pouco sucesso em conter o fluxo do óleo ao largo da costa da Louisiana ou removê-lo da superfície da água, queimá-lo ou dispersá-lo com produtos químicos. Especialistas alertaram que o vazamento descontrolado poderia criar um cenário de pesadelo se a atual corrente do Golfo transportar o óleo em direção ao Atlântico.