Vários países marcam Dia Mundial de Combate à Aids

Nesta segunda-feira (1º) é o Dia Mundial de Combate à Aids. Na África do Sul, os sinos badalaram, funcionários pararam de trabalhar e as cortes de justiça interromperam suas audiências. O país fez um minuto de silêncio pelas vítimas da aids, em uma medida que encerrou uma década de negação sobre a epidemia. Peter Piot, o principal funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) que trata da doença, se uniu a líderes políticos e centenas de ativistas em um encontro na cidade costeira de Durban.

A intenção de Piot era mostrar seu apoio a um governo que rompeu com as políticas de desacreditar a aids, em comparação com o ex-presidente Thabo Mbeki. O atual presidente do país é Kgalema Motlanthe, que assumiu em 2008. Por anos, Mbeki minimizou o problema, inclusive duvidando da relação entre o vírus HIV e a aids. Seu ex-ministro da Saúde, Manto Tshabalala-Msimang, chegou a recomendar alimentos como limão e alho para a doença, desacreditando os remédios tradicionais.

A África do Sul tem 5,5 milhões de pessoas contaminadas pelo vírus HIV, o país com o maior número absoluto de casos no mundo. “Nós somos os primeiros a admitir que muito precisa ser feito”, reconheceu a vice-presidente Baleka Mbete.

Em um sinal de esperança para o país e para o continente, a Clínica de Fertilidade Cape iniciou recentemente um serviço para que pais com a doença possam ter filhos sem o HIV. A clínica é a primeira na África a abrir um laboratório para pacientes com HIV, possibilitando que eles tenham filhos sem o vírus, através de técnicas de fertilização in vitro.

Outros países

O Ministério da Saúde do Irã divulgou que o país possui 18.320 iranianos com o vírus do HIV. O país xiita conservador raramente divulga dados sobre a aids. No Haiti, houve uma marcha para marcar a luta contra a doença. A manifestação exigiu mais campanhas de prevenção e acesso ao tratamento no empobrecido país caribenho. Estima-se que 500 pessoas participaram do ato. O Haiti é considerado o país com mais pacientes portadores de HIV no Caribe.

O Ministério da Saúde chinês divulgou um comunicado hoje sustentando que ampliará os esforços para educar as pessoas sobre a prevenção e para evitar a discriminação. Não foram divulgadas metas específicas. Ativistas chineses se disseram pouco otimistas sobre o anúncio. Um advogado e ativista, Li Fangping, denunciou que muitos pacientes são recusados em hospitais e morrem por causa disso.

No domingo (30), a agência da ONU que trata da aids pediu o fim dos estigmas em relação às pessoas que possuem o vírus. Uma estimativa da ONU aponta que em 2007 havia 33 milhões de pessoas com o vírus HIV no mundo.

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