O escritor peruano Mario Vargas Llosa levou ontem o prêmio Nobel de Literatura. No entanto, para o jornal estatal cubano Granma, o autor merece o “antinobel da ética”. Apesar da afirmação, o diário reconheceu hoje o valor da obra do escritor, após fazer uma referência irônica ao fato de Vargas Llosa ter cidadania peruana e espanhola.

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O jornal disse que o prêmio ficou manchado pelas posições políticas de Vargas Llosa, por seu “desplante neoliberal”. O diário acusa Vargas Llosa de negar suas origens. “Não há causa indigna nesta parte do mundo que M.V.Ll. deixe de aplaudir”, afirmou o Granma, usando as iniciais do autor. “Se os povos votassem em Estocolmo, ele teria levado o antinobel.”

No início dos anos 1960, Vargas Llosa esteve próximo do regime de Cuba e chegou a participar em atividades como o júri do prêmio literário Casa das Américas, o mais prestigioso da ilha. A partir dos anos 1970, porém, começou a romper com a esquerda e também com o regime da ilha. Nos últimos anos, várias vezes chamou o ex-líder cubano Fidel Castro de “ditador” e escreveu textos e cartas apoiando dissidentes cubanos.

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