Exército de Israel realizou pesados bombardeios e novos disparos de foguetes foram feitos pelo grupo islâmico Hamas após a aprovação, na noite de quinta-feira (8), da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas por um cessar-fogo imediato em Gaza. Pelo menos 12 civis palestinos morreram nesta sexta em ataques aéreos e terrestres das forças israelenses. Com isso, o número de palestinos mortos subiu para 760 desde o início da ofensiva, no dia 27 de dezembro. Segundo autoridades de saúde de Gaza, metade das vítimas fatais é civis.
Um ataque aéreo matou dois militantes do Hamas e outro homem não identificado. Outro ataque, em um edifício, deixou pelo menos sete mortos, incluindo uma criança, segundo funcionários do Hamas.
O Exército israelenses informou que seis foguetes foram disparados contra o sul de Israel, ferindo uma pessoa. De acordo com os militares, quatro foguetes Grad atingiram Beersheba, a cerca de 40 quilômetros de Gaza, bem como o porto de Ashdod. Segundo autoridades de Israel, 13 israelenses morreram após o início da ofensiva.
Resolução
A resolução da ONU foi aprovada por 14 votos a 0, com a abstenção dos Estados Unidos, um estreito aliado de Israel. O texto “ressalta a urgência e pede um imediato, durável e completamente respeitado cessar-fogo, levando à retirada imediata das forças israelenses de Gaza”.
Um porta-voz do Hamas disse que o grupo “não está interessado” na resolução de cessar-fogo, pois não foi consultado e a resolução não atende suas demandas principais, entre elas a abertura das fronteiras de Gaza. Importantes autoridades israelenses deveriam se reunir hoje para discutir a resolução – ou a expansão das operações em Gaza.
“Israel agiu, age e continuará agindo apenas de acordo com suas próprias considerações, a segurança de seus cidadãos e seu direito de se defender”, disse em comunicado a ministra de Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni.
EUA
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, afirmou que seu país “apoia totalmente” a resolução da ONU, porém se absteve para “ver os resultados da mediação egípcia”. Após a resolução, espera-se que o Egito tome a dianteira nos esforços para que Israel e o Hamas interrompam a violência.
O Hamas diz que não aceita qualquer acordo que não preveja a abertura das fronteiras da Faixa de Gaza. Israel dificilmente concordará com a demanda, pois isso fortaleceria o Hamas, que tomou controle de Gaza à força, expulsando o partido laico Fatah, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em junho de 2007.
O conflito deixou centenas de milhares de palestinos que vivem em Gaza em um estado de desespero pela falta de alimentos, água, combustível e auxílio médico. A situação deve piorar ainda mais, por causa dos ataques contra funcionários encarregados da ajuda humanitária. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.