Os vaga-lumes são um exemplo único entre as mais de 2 mil espécies de insetos que povoam o planeta, por sua capacidade de iluminar a noite com uma intermitência sincronizada em um centésimo de segundo.
Os machos, por exemplo, acendem e apagam todos ao mesmo tempo, em intervalos e ritmos constantes e regulares.
Depois de 10 anos de estudo nos bosques do Parque Nacional das Great Smoky Mountains, entre a Carolina do Norte e o Tennessee, um grupo de entomólogos americanos escolheu os vaga-lumes “Photinus carolinus” como símbolo oficial dos animais chamados “sincronizados” ou, familiarmente, “sinc”, como os pássaros que voam em formação e os peixes que se defendem de predadores em cardumes.
A observação de centenas de grupos de vaga-lumes demonstrou uma conduta semelhante dos insetos: os machos se iluminavam simultaneamente entre quatro e oito vezes seguidas, depois faziam uma pausa de entre seis e dez segundos para recomeçar a piscar.
Os tempos e modos de sincronização do rito ? de ordem sexual ? foram estudados em laboratório, graças à contribuição de um matemático, Steven Strogatz, e de um neuropsicólogo do comportamento, especializado nesses insetos.
Os machos se iluminam para atrair as fêmeas. Se um deles brilha mais, os outros tentam superá-lo.
Segundo Strogatz, a vida cotidiana, tanto dos seres humanos como do mundo que o rodeia, é baseada na sincronia, desde as células do coração que pulsam no mesmo ritmo até as partículas das redes elétricas ou o trânsito das grandes cidades.
