Quando os relógios marcaram 0h hoje em Seattle, nos EUA, cerca de cem pessoas -a maioria de meia-idade- se reuniram ao pé da Space Needle, torre e atração turística da cidade, para fumar maconha e ouvir reggae em alto volume. Nenhum deles foi incomodado pela polícia.
“Vitória da maconha! Se nossos antepassados pudessem nos ver agora…”, disse um dos usuários, de 50 anos, que usava óculos escuros e se apresentou como “Professor Gizmo”.
O grupo festejava a legalização do uso recreativo da maconha em Washington -Estado no extremo noroeste dos EUA, primeiro do país a liberar a droga com esse fim.
Aprovada em plebiscito no mesmo dia da eleição presidencial, 6 de novembro, a medida entrou em vigor hoje. No Colorado, que aprovou lei semelhante, a decisão só vigora a partir de 5 de janeiro.
Apesar da tolerância da polícia hoje, a lei estabelece que quem fumar maconha em público no Estado de Washington está sujeito a multa de US$ 100. Também proíbe dirigir sob o efeito da droga.
“O modelo é o mesmo do álcool. Beber em público não é permitido, fumar maconha também não”, explicou o procurador da cidade de Seattle, Pete Holmes, em entrevista.
Além de derrubar sanções para os maiores de 21 anos que portem até 28,5 gramas de maconha para uso pessoal, a lei libera a posse de brownies ou biscoitos feitos com a droga. O tráfico, porém, ainda é considerado crime -assim como o cultivo, que será permitido no Colorado.
Segundo pesquisa nacional divulgada nesta semana pelo instituto Public Policy Polling, 58% dos americanos acreditam que o uso de maconha deveria ser liberado em nível federal -recorde de aprovação, dizem analistas.
O uso medicinal da droga já é legalizado em 18 dos 50 Estados americanos, incluindo Colorado e Washington.