Autoridades judiciais informaram no domingo que dois enfermeiros foram indiciados por assassinato e uma enfermeira por encobrir os crimes num caso que envolve mais de uma dezena de mortes em dois hospitais uruguaios.
O juiz Judge Rolando Vomero, que cuida do caso, disse que não há indícios de que os dois profissionais do sexo masculino agiam juntos. Vomero declarou, após uma audiência no tribunal, que os acusados admitiram ter provocado a morte de 16 pacientes, mas ele afirmou que a investigação continua e que o número não é o final, pois “a investigação continua”.
Segundo ele, a maioria das supostas vítimas “não estava em estado terminal”. O juiz disse que elas receberam injeções com doses exageradas de morfina ou foram alvo de ações que “causaram a morte dentro de minutos”.
Vomero declarou que um dos enfermeiros, que trabalha nos dois hospitais, admitiu estar envolvido em cinco mortes induzidas e que o outro reconheceu a participação em 11 mortes.
O juiz disse que de acordo com as provas reunidas até agora “não parece haver qualquer conexão” entre os dois enfermeiros “embora eles trabalhem no mesmo lugar. Não foram divulgadas mais informações sobre os três acusados porque eles não têm registro criminal.
A advogada Ines Massioti, que representa um dos profissionais acusado por “assassinato especialmente agravado” disse aos jornalistas que o juiz decidiu que os suspeitos devem ser mantidos na cadeia enquanto as investigações prosseguem.
Massioti disse que seu cliente agiu “por piedade”. “Após 20 anos trabalhando em cuidados intensivos, com estresse e contato com a morte, ele não pôde mais aguentar”, afirmou a advogada.
Mais cedo, o inspetor de polícia José Luis Roldan disse que autoridades investigavam suspeitas de que alguns funcionários do hospital ministraram veneno em alguns pacientes que estavam em estado grave nos dois hospitais.
Roldan disse que as acusações envolvem o hospital particular Sociedad Española e o hospital público Maciel. Funcionários das duas instituições recusaram-se a falar sobre o assunto.
O Ministério de Saúde Pública do país emitiu um comunicado dizendo que estava cooperando com as investigações sobre “supostos atos criminosos ligados à área de saúde”, mas não prestou esclarecimentos sobre as acusações, embora tenha dito que está realizando sua própria investigação e expressado “profunda preocupação”. As informações são da Associated Press.