O processo de libertação de um grupo de policiais e militares em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pareceu ficar menos complexo neste fim de semana. O governo do presidente Álvaro Uribe concordou em retirar uma exigência: de que a entrega de todos os reféns da guerrilha ocorresse em um ato “simultâneo”. O anúncio foi feito no sábado, na sede do governo, pelo alto comissário para a paz, Frank Pearl, que leu um breve comunicado.
Parentes dos reféns pediram, em uma reunião realizada no sábado com Uribe, que se facilitassem as libertações, “sem condicionar a uma liberação simultânea de todos os sequestrados”, segundo Pearl. “O governo nacional aceitou a petição dos familiares”, confirmou o comissário. Em discurso após o encontro, Uribe disse que aceitou o pedido em “solidariedade”. De acordo com ele, a preocupação do governo é que as Farc realizem liberações “gota a gota”, para fazer política.
Ainda segundo o presidente, será solicitado ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e à Igreja Católica que “se obtenha uma garantia por parte das Farc para a liberação da totalidade do grupo” de agentes de segurança reféns. “O governo nacional aceita essas liberações unilaterais”, afirmou Uribe em discurso.
Os rebeldes das Farc anunciaram em abril que liberariam o cabo do Exército Pablo Emilio Moncayo em razão da “reiterada solicitação” de parentes do militar e da senadora Piedad Córdoba. Moncayo foi capturado pelos rebeldes em dezembro de 1997 no sul colombiano.
Em junho, as Farc afirmaram que libertariam o soldado Josué Daniel Calvo Núñez, capturado no dia 20 de abril, na zona rural do departamento (Estado) de Meta, também no sul do país.