O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse nesta quarta-feira (23) ter recebido uma ligação telefônica de seu colega da Costa Rica, Oscar Arias, para conversar sobre o pedido de asilo político feito por seu primo, ex-congressista, acusado de ligação com os grupos paramilitares.
Segundo Uribe, o chefe de Estado da Costa Rica telefonou a ele para explicar as razões pelas quais não podia conceder asilo a Mario Uribe, que ontem se refugiou na embaixada desse país em Bogotá, de onde teve de sair à noite, após ter seu pedido negado.
"Quando o presidente Arias me ligou, lhe disse claramente que o governo não intervia. Disse a ele: ‘Presidente, justamente não te liguei porque o governo não vai intervir, menos ainda eu’", disse Uribe à rádio Caracol.
Ainda segundo ele, quando Arias "começou a me dar explicações, disse: ‘Guarde-as, presidente! Guarde-as! Eu o respeito profundamente, sua autonomia, não as estou pedindo, me dá pena escutá-las. Tome as decisões de acordo com seu entender’. Eu lhe retornei a ligação por respeito, mas havia me abstido de telefonar a ele", disse Uribe.
O presidente reiterou sua "dor" pela prisão do primo, seu ex-senador, a quem a Promotoria acusa do crime de "acordo para delinqüir, para promover grupos armados à margem da lei".
"A dor do presidente", disse Uribe, "não o exclui de suas responsabilidades frente à pátria, frente às instituições democráticas, que com a ajuda de Deus não verá diminuição no cumprimento de meus deveres".
Ainda assim, ele pediu à imprensa que não condene seu primo e espere o processo da justiça, para que nos tribunais se decida "e é culpado ou não".
"O que temos que fazer é deixar que a justiça complete suas investigações, defina se o levam a juízo ou não, se condenam ou não, e respeitar isso", disse Uribe.