O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, anunciou nesta quarta-feira que telefonará para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para agradecer pelo apoio do país às iniciativas de libertação de reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “Agradeço à senadora Piedad Córdoba, à Cruz Vermelha Internacional, ao governo do Brasil e ao presidente Lula. Telefonarei para Lula”, afirmou Uribe na noite de terça-feira, após um encontro com o ex-governador Alan Jara, o quinto dos seis reféns que as Farc anunciaram que libertariam, em um gesto unilateral.
Com a mediação da senadora, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e do Exército brasileiro, foram libertados os policiais Walter José Lozano Guarnizo, Juan Fernando Galicia e Alexis Torres, e o soldado Giovanny Dominguez, no último domingo. Ontem, foi a vez do ex-governador de Meta, Alan Jara, e para a próxima quinta-feira, estaria programada a libertação do ex-deputado Sigifredo López.
Na terça-feira, após recobrar a liberdade, Jara, que permaneceu sete anos em poder da guerrilha, criticou o presidente Uribe por sua falta de apoio às iniciativas pela libertação dos reféns em poder da guerrilha. Uribe viajou na noite de terça a Villavicencio, onde se encontrou com o ex-governador e sua família e concedeu uma entrevista coletiva no local, demonstrando estar entusiasmado com a operação.
“Muitos que saíram de lá me criticaram muito e fui totalmente respeitoso. Sou franco e expresso o que penso, mas sou totalmente respeitoso”, comentou Uribe, que acrescentou que se as Farc quiserem “um processo de paz de boa-fé, estamos prontos”, assim como um intercâmbio de reféns por guerrilheiros presos. “Há desavenças comigo, porque alguns querem que as libertações sejam feitas de uma certa maneira. Tenho sido muito franco para não enganar o país, explicando o que podemos aceitar e o que não podemos. Mas estamos nessa luta”, concluiu Uribe.
O Brasil participa da operação de resgate dos seis reféns, anunciada em dezembro pelas Farc, com apoio logístico e dois helicópteros, utilizados para ir aos locais determinados pela guerrilha em busca dos sequestrados. O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, também havia agradecido o governo brasileiro por sua participação. “Não temos palavras de agradecimento e expressamos isso ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, ao presidente Lula e ao embaixador do Brasil na Colômbia [Valdemar Carneiro Leão Neto], pela forma com que eles discretamente, silenciosamente, e com o ânimo de cooperar, nos acompanharam neste processo”, declarou.