Um levantamento inédito feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em hospitais e orfanatos nas principais cidades do Haiti revelou que quase 50 mil crianças estão desacompanhadas desde o terremoto do dia 12. A divulgação da pesquisa coincide com o anúncio feito ontem pelo premiê haitiano, Jean Max Bellerive, de que o total de mortos no terremoto já passa de 200 mil, sem contar as vítimas que ainda estão sob os escombros e as que foram enterradas por seus próprios parentes. Ambos os números dão a dimensão do desafio que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o governo haitiano terão de enfrentar.

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Veronique Taveau, porta-voz da Unicef, explica que nem todas as 50 mil crianças desacompanhadas podem ser consideradas órfãs. “Nesse cálculo que fizemos, sabemos que existem órfãos. Mas também incluímos o número de crianças que simplesmente estão desacompanhadas. Isso não quer dizer que elas não tenham mais família. Mas que, nesse momento, essas famílias estão desaparecidas ou a criança está perdida”, explicou.

No sábado, um grupo de dez pessoas ligadas à Igreja Batista dos Estados Unidos foi preso depois de ter tentado sair do Haiti levando 33 menores, com o suposto objetivo de salvá-los. O grupo foi surpreendido quando tentava cruzar a fronteira da República Dominicana e ontem foi ouvido pela primeira vez pela Justiça haitiana, que decidirá se o caso será julgado em território norte-americano ou no Haiti. Segundo indícios, nem todas as crianças tinham perdido seus pais.

DNA

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A Espanha anunciou que suas equipes no Haiti farão testes de DNA em crianças haitianas. Os resultados serão comparados com material genético colhido de adultos que sobreviveram ao terremoto e ainda procuram por seus filhos. Com a medida, os espanhóis esperam ajudar no combate ao tráfico internacional de menores. As amostras genéticas serão colhidas entre 6 mil crianças haitianas, por meio da saliva e amostras de sangue.