Apesar da libertação de três funcionários da embaixada britânica em Teerã, capital do Irã, detidos no domingo, a tensão entre o Irã e países europeus voltou a crescer ontem. Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) ameaçaram fechar suas representações na capital iraniana. Em contrapartida, o Irã disse que o bloco não será mais reconhecido como interlocutor nas negociações sobre o programa nuclear até que peça desculpas pela “interferência”. A UE “perdeu totalmente a competência e os requisitos necessários para manter qualquer tipo de negociação com o Irã”, declarou à imprensa estatal iraniana o general Hasan Firzouabadi, do Estado-Maior do Exército iraniano.

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Chanceleres da UE reunidos em Estocolmo deverão definir entre hoje e amanhã uma posição de consenso em relação ao Irã. Desde terça-feira a Suécia exerce a presidência rotativa do bloco, o principal parceiro econômico de Teerã. Diplomatas europeus afirmam que a maioria dos países da UE apoia o endurecimento das relações com Teerã. No entanto, alguns, como a Alemanha, defenderiam uma reação mais moderada, temendo que a retirada reduza ainda mais os canais de diálogo e reforce a teoria do regime de que manifestantes são patrocinados por estrangeiros.

O Irã indicou ontem que não considera mais que a UE seja “qualificada” para participar das conversações sobre o programa nuclear. O motivo da mudança seria a suposta interferência europeia nos protestos no Irã. Também ontem, o Irã solicitou à Interpol que emita um mandado internacional de busca contra Arash Hejazi, médico que teria testemunhado a morte da manifestante Neda Agha Soltan. O assassinato de Neda foi registrado em vídeo e a estudante se tornou símbolo da oposição. Hejazi fugiu do Irã e está agora na Grã-Bretanha.

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