A União Europeia (UE) adotou formalmente hoje um pacote de novas sanções contra o Irã, que visa os setores de comércio exterior, bancário e de energia. A medida, cujos princípios os líderes da UE concordaram em junho, é a última de uma série de decisões tomadas pela comunidade internacional num esforço para interromper o programa nuclear iraniano. As novas sanções passarão a valer nas próximas semanas, depois de serem publicadas no jornal oficial do bloco, disseram funcionários.
Segundo a decisão tomada em junho, as sanções terão como alvo itens de uso dúbio que podem ser usando como parte do programa nuclear, além das indústrias de petróleo e gás iranianas, incluindo “a proibição de novos investimentos, assistência técnica e transferência de tecnologias”. “Temos uma ampla série de restrições. Isso é algo que todos os 27 países devem tratar juntos”, disse a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.
Companhias iranianas de transporte naval e aéreo entrarão numa lista negra e serão proibidas de operar no território da UE. Integrantes da Guarda Revolucionária do Irã não receberão novos vistos de entrada no território e os bens da entidade serão congelados. As sanções também abrangem seguros comerciais e transações financeiras.
As novas restrições serão impostas após a quarta rodada de sanções determinada no mês passado pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O CS endossou as sanções depois de o Irã ter recusado um plano para suspender seu enriquecimento de urânio e trocar seus estoques de urânio de baixo enriquecimento por barras de combustível.
As novas restrições são similares às medidas adotadas pelo governo de Barack Obama, que impuseram penalidades contra pessoas e instituições que, segundo os Estados Unidos, ajudam o Irã a desenvolver programas nucleares e de mísseis e se escapam das sanções internacionais.
O Irã nega que esteja trabalhando numa arma nuclear e afirma que seu programa tem como objetivo fins pacíficos como a geração de energia e que tem o direito de enriquecer urânio sob o tratado internacional de internacional de não-proliferação nuclear.
Os ministros de Relações Exteriores da UE também devem reafirmar o convite do bloco a Teerã para a realização de negociações sobre a questão. “Nosso objetivo é fazer o Irã voltar à mesa de negociação”, disse o secretário de Estado alemão Werner Hoyer. “Estamos oferecendo nossa mão e tudo o que eles têm de fazer é aceitá-la”.