Tropas sírias invadiram hoje uma cidade central e uma região do noroeste do país, em busca de opositores do governo, enquanto a pressão para que o país encerre uma crise de oito meses que deixou milhares de mortos se intensificou, disseram ativistas. Pelo menos 17 pessoas teriam sido mortas.
Os ataques na cidade de Shezar, na província central de Hama, e na região de Jabal al-Zawiya, localizada próxima da fronteira com a Turquia, ocorreram um dia após a Síria ter fechado um acordo para permitir que observadores árabes no país supervisionem um plano de paz proposto pelos 22 membros da Liga Árabe.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, baseado no Reino Unido, e os Comitês de Coordenação Local afirmaram que os pousos de aviões, as comunicações por celulares, bem como a eletricidade, foram cortados na região de Jabal al-Zawiya, onde desertores do exército têm atuado durante meses.
Entre os mortos hoje estariam quatro agentes de inteligência assassinados por homens armados que abriram fogo contra o carro deles, além de dois soldados desertores que morreram em combates com tropas leias ao presidente Bashar al-Assad.
Após conversar com o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, o premiê francês, François Fillon, disse que é indispensável aumentar a pressão internacional pelo fim da violência no país. “Nós apresentamos uma resolução na Organização das Nações Unidas (ONU). Esperamos encontrar o maior apoio possível”, comentou. Segundo a ONU, o conflito na Síria já deixou mais de 3,5 mil mortos.
A Liga Árabe disse que estava examinando um pedido do governo de Assad para fazer algumas mudanças na proposta de enviar 500 observadores para Damasco, para ajudar a implementar um acordo de paz anunciado este mês. O grupo deu um prazo até a meia-noite deste sábado no horário local (20 horas de Brasília) para que o governo de Assad interrompa a violenta repressão, caso contrário poderá enfrentar novas sanções. O país já foi suspenso do grupo.
A Organização para Cooperação Islâmica disse que vai realizar uma reunião de emergência no próximo sábado, na sua sede na Arábia Saudita, para pedir que a Síria “dê um fim ao banho de sangue”. O líder da organização, Ekmeledddin Ihsanoglu, disse que é contra uma intervenção estrangeira no país, mas alertou que novos tumultos podem ameaçar a estabilidade em toda a região. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.