Um apóstolo de Jesus era mulher

Londres – Um dos apóstolos de Jesus, João, teria sido uma mulher. Esta verdade foi escondida por ignorância e falta de conhecimento dos escribas medievais, segundo um estudo realizado por historiadores e teólogos da Universidade de San Andrés, da Escócia.

“A minha pesquisa, intitulada “Junia, a mulher apóstolo”, será discutida no encontro geral de sínodo e mudará a percepção dos bispos e da Igreja Católica sobre a posição da mulher nesta religião, dominada pelos homens desde 400 antes de Cristo”, frisa Richard Bauckham, responsável pelo estudo. “Será preciso rever o papel da mulher na vida de Jesus e a participação que deveria ocupar na Igreja atual”.

“Joana, que segundo as Sagradas Escrituras permaneceu próxima de Jesus até sua morte, mudou seu nome para Junia e foi reconhecida por São Pedro como um dos apóstolos”, garante a pesquisa realizada no Reino Unido.

O papel de Junia foi ignorado por séculos pois seu nome foi considerado masculino por teólogos e estudiosos religiosos medievais, que acreditavam que os apóstolos de Jesus eram todos homens.

“Joana, que estava com Maria Madalena quando se descobriu que o Santo Sepulcro estava vazio, mudou seu nome judeu pela versão latina de Junia, para adequar-se à cultura e à moda românica do período do imperador Tibério”, explica Bauckham, professor de História e Teologia da Universidade de San Andrés. “Devido às crenças e ignorância dos escribas medievais, este nome se considerou do gênero masculino até os nossos dias”.

Segundo estudos britânicos recentes, Junia foi uma mulher muito rica da corte de Herodes, que decidiu seguir Jesus depois de ver que curara a esposa de um amigo. São Pedro havia escrito em uma carta aos romanos que “Junia era um apóstolo que se destacava entre os demais”.

Segundo Bauckham, a descoberta de Junia provocou escândalo entre os estudiosos e teólogos cristãos da Bíblia, pois a rica mulher era casada com Chuza, um dos ministros mais influentes de Herodes.

Junia convenceu seu marido a seguir Jesus e ambos presenciaram sua crucificação, antes de partir para Roma, onde foram presos. Os dois morreram na prisão.

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