A União Europeia (UE) vai ajudar a Grécia a enfrentar o crescente problema da imigração clandestina, informou a comissária para Assuntos Internos do bloco, Cecilia Malmstroem, na noite de ontem. “A Grécia poderá agora se beneficiar concretamente da solidariedade europeia na gerência das fronteiras externas”, disse Malmstroem, em comunicado.

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O ministro grego de Proteção aos Cidadãos, Christos Papoutsis, disse ontem que seu país quer que a UE envie suas patrulhas de imigração para a fronteira entre Grécia e Turquia, onde um grande fluxo de imigrantes ilegais tem sido registrado nos últimos meses. “Um fluxo em massa é percebido diariamente no lado grego da fronteira com a Turquia. São pessoas de terceiros países que tentam chegar ilegalmente na Grécia com o objetivo de acessar outros países da UE”, disse o gabinete de Papoutsis, que é responsável pela polícia do país.

O governo grego quer que a UE envie imediatamente seus “grupos de intervenção rápida de fronteira” com o apoio da agência de fronteiras europeia Frontex, cujo apoio ajudou, recentemente, a conter o fluxo de imigração pelo mar. Malmstroem disse que vai “ativar imediatamente o mecanismo para estabelecer contato com a Frontex e comunicar todos os parceiros interessados, para cuidarmos dessa situação de emergência da forma mais diligente e eficiente possível”.

“A situação na fronteira entre a Grécia e a Turquia é cada vez mais preocupante”, disse ela. “O fluxo de pessoas que cruzam a fronteira regularmente atingiu proporções alarmantes e a Grécia não tem condições de enfrentar o problema sozinha”, afirmou Malmstroem, que declarou também estar “muito preocupada com a situação humanitária”.

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Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos Estados da UE que tomem medidas para aliviar o problema da imigração na Grécia, que segundo a organização criou um condições “catastróficas” para os refugiados. Em 2008, 50% das detenções dos chamados imigrantes ilegais no bloco ocorreram na Grécia, mas esse porcentual subiu para 90% nos primeiros oito meses de 2010, segundo a ONU. Controles e regra mais rígidos fizeram que muitos refugiados que iriam para Espanha, Malta e Itália se dirigissem para a Grécia.

A Frontex disse que mais de três quartos das 40.977 pessoas interceptadas enquanto imigravam clandestinamente para a UE na primeira metade de 2010 entraram pela Grécia e a maioria delas passou antes pela Turquia. Os efeitos também são sentidos nos centros de detenção superlotados gregos, onde as condições são “desumanas”, de acordo com Manfred Nowak, representante da ONU para questões de tortura. As informações são da Dow Jones.

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