UE tenta conter conflito entre Rússia e Geórgia

Depois de os Estados Unidos advertirem a Rússia sobre seus ataques à Geórgia, vários líderes e organizações mundiais começam a temer que os conflitos aumentem. O Secretário Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jaap de Hoop Scheffer, condenou o uso de força desproporcional pela Rússia e a falta de respeito pela integridade do território da Geórgia.

O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, cujo país ocupa a presidência da União Européia, partiu, neste domingo (10), em uma missão para mediar o conflito entre Tbilisi e Moscou. Kouchner irá passar a noite de domingo em Tbilisi junto com sua contraparte da Finlândia, Alexander Stubb, que representa a Organização para Segurança e Cooperação na Europa. Ele estará em Moscou na segunda-feira (11).

A Polônia pediu que as forças militares da União Européia mandem uma missão de paz para a região do conflito para mediar a questão. Os ministros das relações exteriores do bloco estão se preparando para se encontrar em Bruxelas na próxima quarta-feira para determinar uma solução para a crise. “A União Européia está preparada para atuar com um papel estabilizador desta região, na condição de que as partes envolvidas se acalmem e terminem com o agravamento da situação”, disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski.

Petróleo em risco

Ocidente está ficando preocupado com o impacto do conflito entre Geórgia e Rússia no fornecimento de petróleo da região. Apesar de a Geórgia não produzir petróleo, um oleoduto atravessa o país vindo do Azerbaijão, na região do Mar Cáspio, e vai em direção ao Ocidente. Além de petróleo, o duto transporta gás natural. Desde que o presidente Mikhail Saakashvili subiu ao poder em 2004, dois novos dutos foram construídos, e ambos são ameaçados pelo atual conflito.

No sábado (9), a petrolífera estatal do Azerbaijão informou que as exportações de petróleo pelos portos georgianos de Batumi e Kulevi foram suspensas devido aos conflitos na região de Ossétia do Sul. O primeiro ministro da Geórgia, Lado Gurgenidze, afirmou que aviões russos estariam sobrevoando o oleoduto BTC (Baku-Tbilisi-Ceyhan), que liga Baku, no Azerbaijão, até o porto turco de Ceyhan, passando pela Geórgia, com 1.774 quilômetros de extensão e capacidade para transportar 1,2 milhão de barris por dia.

A gigante do petróleo britânica BP PLC afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há informação sobre qualquer bombardeio nas proximidades do oleoduto BTC. A BP tem uma participação de 30% no oleoduto, que custou US$ 3 bilhões, juntamente com outros dez parceiros, entre eles os grupos norte-americanos Chevron Corp. e ConocoPhilips.

Paul Stevens, analista da área de petróleo da consultoria britânica Chatham House, disse que, mesmo que o oleoduto BTC deixe de funcionar por cerca de duas semanas, esta interrupção não deverá ter efeitos expressivos na oferta global do combustível. Para a analista Natália Leshchenko, da Global Insight, os dutos apenas estarão em perigo se a guerra aumentar de intensidade. As informações são da Dow Jones.

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