A União Europeia (UE) irá “rever, urgentemente”, a relação com o Egito, onde mais de 800 pessoas morreram em confrontos entre as forças de segurança e partidários do presidente destituído Mohammed Morsi. Num raro comunicado conjunto de política externa, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu disseram ser de responsabilidade do Exército e do governo interino pôr um fim à violência.
Os pedidos pela democracia e pelos direitos fundamentais “não podem ser descartados, muito menos serem jogados fora sobre o sangue” e “a violência e as mortes desses últimos dias não podem ser justificados, tampouco tolerados”, disseram os presidentes da Comissão Europeia, Jose Manuel Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
Os ministros de Relações Exteriores da UE devem realizar uma reunião de emergência sobre o Egito nesta semana. O bloco tem sido uma importante fonte de ajuda e de negócios ao Egito. Em Paris, o presidente da França, François Hollande, disse que as nações europeias e árabes têm “a responsabilidade comum” de fazer o que podem para que a violência no Egito chegue a um fim e a normalidade política possa ser retomada.
Hollande fez o comentário após se reunir com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita e disse que, embora não pretenda interferir nos assuntos do Egito, esse nível de violência é inaceitável para uma grande nação como a egípcia. O presidente da França pediu às autoridades políticas egípcias que organizem eleições rapidamente, “de modo que a população possa se expressar”. Hollande afirmou que outras nações devem “tudo o que puderem para cessar a violência”. O presidente não disse, entretanto, como outras nações poderiam ajudar a encerrar a crise no Egito.
O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, reuniu-se, separadamente, com o ministro do Catar, Khalid bin Mohammad Al Attiyah. O Catar é aliado da Irmandade Muçulmana, o movimento de Morsi, enquanto o rei da Arábia Saudita tem dito que o país tem estado ao lado do Egito na luta contra o “terrorismo e o conflito”, uma referência velada à Irmandade. “Devemos encerrar rapidamente esta batalha sangrenta e chegar a um diálogo no Egito”, disse Fabius, após o encontro com o enviado do Catar. Fonte: Associated Press.