A União Europeia está avaliando se declara a ala militar do partido libanês Hezbollah uma organização terrorista, um movimento que o continente evita há muito tempo apesar da pressão dos EUA. O debate foi estimulado pela mudança de posição da Alemanha sobre o assunto, depois de resistir bastante a isso por temer que a decisão possa desestabilizar o Líbano e os países vizinhos.
Qualquer mudança na posição da União Europeia com relação ao Hezbollah precisaria de unanimidade entre os 27 países do bloco, o que até agora foi impossível de se alcançar. No entanto, o governo alemão se mostrou confiante de que essa mudança é iminente. “Espero que as consultas necessárias dentro da UE possam agora ser rapidamente levadas a uma conclusão”, afirmou Guido Westerwelle, ministro de Relações Exteriores da Alemanha, em Amã, durante uma reunião internacional sobre a Síria.
Caso a ala militar do Hezbollah seja incluída na lista de organizações terroristas, seriam impostas sanções como proibições de viagens e congelamentos de ativos de membros do grupo, bem como obstáculos às operações deles na Europa. O Hezbollah está na lista de terroristas dos EUA desde outubro de 1997.
Durante a reunião de cúpula da União Europeia realizada hoje em Bruxelas, autoridades do Reino Unido lançaram uma proposta pedindo a mudança em razão das indicações de que a organização é responsável pelo ataque a bombas na Bulgária que matou cinco turistas israelenses e um búlgaro no ano passado. O governo da Bulgária acusa o Hezbollah pelo ataque, mas o grupo libanês nega qualquer responsabilidade.
Os laços do Hezbollah com o regime sírio do presidente Bashar Assad também têm levantado preocupações. A União Europeia está se opondo fortemente ao líder sírio e vai avaliar na próxima semana se encerra ou não um embargo ao transporte de armas para ajudar os rebeldes que combatem o governo. As informações são da Associated Press.