Envolta em sangrentos enfrentamentos civis e em severos problemas econômicos, a Ucrânia abre as urnas neste domingo para eleição de seu quinto presidente desde a queda da União Soviética. Uma parcela significativa do país, porém, não será capaz de votar.
As eleições ocorrem três meses depois que manifestantes pró-Europa derrubaram o presidente Viktor Yanukovych, que tinha o apoio da Rússia. Desde então, confrontos entre manifestantes pró-Rússia e as novas autoridades de Kiev dividiram o país e o deixaram a beira de uma guerra civil.
Em meio ao pior conflito desde a independência da Ucrânia em 1991, oficiais em Kiev esperam que a eleição de um novo presidente dê legitimidade nacional para um líder que possa ajudar a levar o país de volta para a estabilidade. “Amanhã vamos mostrar ao mundo, mas sobretudo a nós mesmos, que não podemos ser intimidados”, disse o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk em pronunciamento em vídeo na noite anterior à votação. Depois de votar neste domingo, ele disse ainda que a Ucrânia terá em breve “um chefe de Estado legitimamente eleito”.
Uma grande parte da Ucrânia, porém, já foi excluída do processo, uma vez que rebeldes que declararam repúblicas independentes nas regiões leste de Donetsk e Luhansk interromperam a votação nacional. Relativamente poucos pontos de votação abriram neste domingo nessas regiões, onde moram mais de 6,5 milhões de pessoas. A Crimeia, região de mais de dois milhões de pessoas anexada pela Rússia em março, também ficou de fora. A Ucrânia tem uma população de cerca de 45,5 milhões de pessoas, incluindo as três regiões.
As estações de votação abriram em apenas nove dos 34 condados nas regiões de Donetsk e Luhansk, segundo o chefe da Comissão Eleitoral Central da Ucrânia, Mykhailo Okhendovsky. Observadores internacionais, incluindo a ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Madeleine Albright, que lidera um time de monitores, estão em pontos de votação em outras regiões do país.
A eleição deste domingo opõe o ex-ministro de Relações Exteriores Petro Poroshenko, que é o líder de pesquisas, ao ex-primeiro-ministro Yulia Tymoshenko. Os dois políticos pró-Europa, que já foram rivais na política ucraniana por uma década, competem contra diversos outros candidatos. Entre eles estão o membro do parlamento Serhiy Tihipko, o ex-ministro da Defesa Anatoliy Hrytsenko, o nacionalista radical Oleh Lyashko e o ex-governador de Kharkiv Mykhailo Dobkin. Fonte: Dow Jones Newswires.