A Ucrânia passou o dia de hoje aguardando o capítulo final da disputa presidencial entre dois rivais, cada um confiante na vitória, depois de uma dura campanha e alertas de protestos de rua. A primeira-ministra Yulia Tymoshenko e o líder da oposição Viktor Yanukovich vão disputar amanhã o segundo turno para eleição do quarto presidente da Ucrânia desde que a ex-república soviética, que faz fronteira com a União Europeia (UE), conquistou a independência em 1991.

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Cinco anos depois que os protestos de rua da Revolução Laranja invalidaram uma disputada eleição presidencial que inicialmente elegeu Yanukovich, os candidatos têm trocado acusações de conspiração para fraudar a eleição. Tymoshenko vem ameaçando convocar seus apoiadores para tomarem as ruas em uma repetição dos protestos da Revolução Laranja, quando milhares de pessoas ocuparam a praça da Independência da capital Kiev, conhecida localmente como o Maidan.

Embora as regras proibissem a campanha hoje, como parte de um “dia de silêncio” oficial, os dois lados se acusaram mutuamente de jogo sujo. O partido da primeira-ministra – chamado de Bloco Yulia Tymoshenko – alega que seus representantes foram impedidos de supervisionar a votação na região de Donetsk, reduto do rival Yanukovich, no leste da Ucrânia.

“O principal plano da equipe de Yanukovich para sair vitoriosa da eleição é a fraude, esquemas criminosos e violações dos direitos do cidadão”, disse o partido de Tymoshenko, em comunicado divulgado à imprensa. O chefe da campanha de Yanukovich rebateu com alegações de que os apoiadores de Tymoshenko estavam falsificando cédulas de votação em uma tentativa obter votos de desqualificados do leste da Ucrânia.

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Em um sinal dos preparativos para os protestos pós-eleição, cerca de 40 barracas vazias permanecem do lado de fora da Comissão Central de Eleição. A agência de notícias Interfax informou que os apoiadores de Yanukovich planejam uma manifestação no local para “defender a voz dos eleitores”.

Atividades

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Os candidatos optaram por atividades mais reservas hoje. Yanukovich participou de uma missa no Caves Monastery em Kiev. No primeiro turno da eleição, realizado em janeiro, Yanukovich derrotou Tymoshenko por uma margem de 10%, desde então não foi permitida a realização de novas pesquisas de opinião. Contudo, os analistas acreditam que a primeira-ministra ainda tem uma chance de reduzir a diferença por meio da mobilização de seus apoiadores e alguns acreditam que um resultado apertado poderá levar à instabilidade.

“Vão haver tentativas de organizar uma repetição da Revolução Laranja e para contestar os resultados nos tribunais”, disse Kost Bondarenko, diretor do Instituto Gorshenin Institute em Kiev. A Revolução Laranja levou a esperanças de que a Ucrânia pudesse se tornar um país próspero com objetivo de se tornar membro da UE, mas os sonhos ruíram em meio à disputa política e uma profunda crise econômica.

No geral, os analistas veem poucas diferenças nos programas de governo dos dois candidatos, com ambos prometendo ligações amigáveis com a Rússia depois de anos de rivalidade entre Moscou e Kiev. Com informações da Dow Jones.