O presidente da Ucrânia, Oleksandr Turchynov afirmou nesta quarta-feira (30) que as forças de segurança e o exército da Ucrânia afirmaram estão “impotentes” para acabar com os conflitos na fronteira com a Rússia. Turchynov também afirmou que, em alguns casos, as tropas ucranianas admitiram cooperar com os insurgentes pró-russos que ocuparam dezenas de prefeituras e fizeram várias pessoas de reféns.

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O presidente ressaltou que o objetivo agora é evitar que essa “agitação separatista” se espalhe para outros territórios e regiões. “Vou ser franco: hoje, as forças de segurança são incapazes de tomar o controle rapidamente nas regiões de Donetsk e Lugansk”, disse Turchynov em reunião com governadores regionais.

“Os órgãos de segurança também não são capazes de desempenhar suas funções de proteção ao cidadão ucraniano. Eles estão impotentes em todos esses aspectos. Além disso, algumas unidades militares estão ajudando ou cooperando com as organizações terroristas”, completou.

Turchynov instruiu os governadores a tentar impedir que a ameaça dos manifestantes separatistas se estenda para as regiões mais centrais e ao sul da Ucrânia. “Mercenários que estão atuando em território ucraniano já tem planos de atacar essas regiões. É por isso que enfatizo: a nossa tarefa é tentar interromper a propagação desses terroristas”, afirmou.

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O presidente também afirmou que os riscos de uma invasão das tropas russas são reais. Ele pediu que os governos regionais criem unidades de autodefesa em todo o país para proteger as suas regiões. Nos últimos dias, após as mortes de manifestantes pró-russos no leste, Moscou decidiu deslocar milhares de soldados para a fronteira com a Ucrânia com a justificativa de realizar exercícios militares.

Invasões

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A fala de Turchynov aconteceu horas depois dos insurgentes ocuparem novos edifícios administrativos no leste da Ucrânia. Armados, os rebeldes assumiram o controle da prefeitura, Câmara Municipal e delegacia de polícia de Horlivka, localizada na região de Donetsk. Jornalistas estrangeiros foram ameaçados de prisão caso não obedecessem as novas ordens.

Atualmente, os manifestantes controlam edifício em, pelo menos, 12 cidades no leste ucraniano, exigindo direitos regionais mais amplos, e possíveis anexações ao território da Rússia – como no caso da Crimeia. As milícias ainda mantém em cárcere privado alguns ativistas, jornalistas e observadores internacionais da Organização de Segurança Europeia. Com informações da Associated Press.