Ucrânia adia retirada de armamento pesado por causa de ataques de rebeldes

A Ucrânia adiou nesta segunda-feira a retirada de armamento pesado da linha de frente de combate com rebeldes pró-Rússia no leste ucraniano. A justificativa para a prorrogação são o contínuos ataques dos rebeldes separatistas.

Pelo acordo de paz assinado em 12 de fevereiro, os dois lados têm de recuar seu armamento pesado de 25 quilômetros a 70 quilômetros para a criação de uma zona tampão. No domingo, autoridades ucranianas disseram que planejavam iniciar a retirada dos armamentos.

Mas o porta-voz militar tenente-coronel Anatoliy Stelmakh disse aos jornalistas que a retirada não começaria até que os ataques rebeldes fossem totalmente encerrados, como prevê o cessar-fogo que deveria ter entrado em vigor no dia 15 de fevereiro.

Stelmakh afirmou que houve dois ataques de artilharia rebelde durante a noite e que, embora isso represente uma queda na comparação com os últimos dias, “enquanto os disparos contra as posições militares ucranianas continuarem, não é possível falar sobre uma retirada”.

O coronel Valentyn Fedichev, vice-comandante de operações militares contra os rebeldes, disse que aconteceram 27 ataques contra forças ucranianas nas últimas 24 horas, o que, segundo ele foi uma quantidade menor dos que nos últimos dias, embora tenha indicado que a retirada do armamento pesado não seja iminente.

“Se os inimigos continuarem a usar suas próprias armas pesadas, é claro que a Ucrânia vai continuar a neutralizar essas operações”, disse ele.

A missão de observação da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) deve monitorar a retirada dos armamentos. Seu porta-voz, Michael Bocuirkiw, disse à Associated Press nesta segunda-feira que membros da missão viram movimentação de armamento pesado dos dois lados, mas não conseguiram dizer se as armas estavam sendo retiradas ou apenas sendo reposicionadas.

Um repórter da Associated Press viu, nesta segunda-feira, forças ucranianas retirando-se das proximidades da cidade de Debaltseve, que na semana passada foi tomada por forças rebeldes após um violento cerco que durou uma semana.

Tanto Stelmakh quanto Fedichev disseram que os rebeldes ainda estão tentando invadir posições do governo ucraniano na vila de Shyrokyne, que fica nas proximidades da cidade portuária de Mariupol.

Os rebeldes começaram a avançar na direção de Mariupol em agosto, elevando os temores de que o objetivo é tomar a cidade para formar um corredor terrestre entre a Rússia e a península da Crimeia, anexada pelo governo russo.

A Rússia nega que envie armas para os rebeldes, mas países ocidentais e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não acreditam na afirmação, dizendo que imagens de satélite mostram as existência de armas russas na Ucrânia. Fonte: Associated Press.

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