Mais de 500 separatistas pró-Rússia atacaram ontem um comboio de tropas do governo em um confronto que durou várias horas e que causou a morte de 20 rebeldes fora da aldeia de Rubizhane, informou o Ministério de Defesa da Ucrânia. Na manhã de hoje, mais um soldado foi morto próximo à região depois que as forças de segurança ucranianas foram atacadas em uma emboscada.
Em meio às tensões renovadas no Leste Europeu antes das eleições na Ucrânia no próximo domingo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que espera que o novo líder ucraniano dê um basta nas operações militares contra os separatistas do leste do país e classificou os confrontos como uma guerra civil.
Apesar da oposição do líder russo ao governo interino de Kiev, Putin afirmou nesta semana que reconhecerá o resultado das eleições presidenciais ucranianas, marcando um abrandamento do discurso contra as potências ocidentais.
Alexei Makarkin, vice-chefe do Centro de Moscou para Tecnologias Políticas, disse que os comentários do presidente russo refletem um desejo de evitar uma nova rodada de sanções vindas do Ocidente. Ele acrescentou, porém, que as relações entre Rússia e Ucrânia não devem normalizar tão cedo.
Em Kiev, o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, pediu a todos os eleitores que participem das eleições no domingo. Contudo, o pleito permanece incerto devido aos confrontos e ameaças de boicote aos locais de votação.
Autoridades na Ucrânia esperam que o novo presidente unifique a nação dividida, mas reconhecem que será impossível sustentar o voto em algumas áreas do leste da região, especialmente em Donetsk e Luhansk, onde os rebeldes declararam independência após um conturbado referendo e se comprometeram a descartar o voto. Voluntários que irão trabalhar nas eleições e ativistas disseram que foram ameaçados por homens armados, que apreenderam papéis e selos que serão utilizados nas votações. (Com informações da Associated Press)