O Twitter anunciou nesta terça-feira que irá liberar o limite de 280 caracteres por postagem na rede social para todos os usuários. Segundo a empresa, a medida vai abrir espaço para “a emoção e os pensamentos dos usuários”, fazendo com que eles se sintam “mais confortáveis para tuitar.”
A medida acontece depois de testes feitos pela empresa, desde o mês de setembro, para aumentar o tamanho das publicações feitas na plataforma. Na época, apenas alguns perfis – incluindo o do diretor executivo (CEO) da rede social, Jack Dorsey, receberam a novidade.
Ao ampliar o limite de caracteres por postagem, o Twitter rompeu com uma de suas principais tradições: o limite de 140 caracteres, que se tornou até um símbolo da cultura pop da internet. Na época, os usuários protestaram contra a expansão do limite, dizendo que a rede tinha perdido uma de suas características vitais.
Segundo o Twitter, 3,5% dos tuítes em português e 9% dos tuítes em inglês atingem o limite de 140 caracteres. Durante a fase de testes com o dobro do tamanho permitido, apenas 0,2% dos tuítes em português e 1% dos tuítes em inglês chegaram ao limite.
Em nota enviada à imprensa, a empresa também defendeu a mudança dizendo que os usuários que puderam usar 280 caracteres tiveram mais engajamento, conquistaram mais seguidores e passaram mais tempo na rede social.
Crescimento. Hoje, aos 11 anos de idade, um dos principais problemas da empresa é justamente o crescimento de usuários, que está estagnado em 332 milhões de pessoas ativas todo mês. Nos últimos dois anos, a empresa ganhou apenas 28 milhões de usuários, perdendo relevância e espaço para rivais como o Instagram, que chegou a 800 milhões de pessoas em setembro.
A mudança para expandir o tamanho dos tuítes é uma medida drástica tomada pela empresa, mas que tem antecedentes: nos últimos dois anos, após o retorno do cofundador Jack Dorsey ao cargo de presidente executivo em outubro de 2015, a empresa parou de contar os caracteres de links e imagens dentro dos tuítes, bem como o nome de outros usuários, para dar mais “espaço” aos seus usuários.
Para Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), a rede social está testando novos formatos para não perder seu nicho – o domínio sobre publicação de textos curtos na internet. “Hoje, ferramentas como os Cards do Facebook e o Stories do Instagram permitem isso. A diferença é que só no Twitter você vê notícias”, disse Steibel ao Link, em setembro. “Acredito que as pessoas continuarão sendo diretas, mas o Twitter está experimentando para manter sua exclusividade”.