A polícia da Turquia deteve pelo menos 26 pessoas em uma nova onda de prisões de supostos envolvidos com um plano de golpe secularista para derrubar o governo de raízes islâmicas, informou nesta quinta-feira (22) a agência estatal Anatólia. As detenções se seguiram a batidas policiais nas sedes de um sindicato dos trabalhadores do setor de metal, entidade secularista, e em uma emissora de televisão da oposição, entre outros locais, informou a Anatólia.

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A agência informou que mais de 26 pessoas foram detidas em 13 províncias, incluindo vários militares e policiais da ativa. Só na capital, Ancara, seis pessoas foram interrogadas, entre eles, o presidente do sindicato, o dono de uma empresa de pesquisas políticas e um jornalista, revelou a agência. A polícia não confirmaria imediatamente as detenções, que ameaçam aprofundar as divisões entre os secularistas e os islâmicos e agravar as tensões.

Os secularistas acreditam que a série de detenções tem como objetivo silenciar os oposicionistas. Porém, o governo argumenta que a investigação sobre o suposto golpe está livrando a Turquia de uma rede de agentes renegados que querem desestabilizar o país.

Ao todo oitenta e seis suspeitos – a maioria críticos ferozes do governo – serão julgados por supostamente pertencer a uma organização chamada Ergenekon, que segundo os promotores querem derrubar o governo. Os réus são acusados de tentar desestabilizar a Turquia através de uma série de ataques antes de um golpe, supostamente planejado para 2009.

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Na semana passada, uma corte antiterror de Istambul formalmente prendeu outros 18 suspeitos por golpe, incluindo um ex-chefe da polícia e quatro oficiais militares da ativa. Com isso, o número de pessoas acusadas de envolvimento no caso passa de 100. A polícia também descobriu grandes quantidades de explosivos, armas e munição enterrados.