A Turquia lançou uma série de ataques aéreos contra os militantes curdos no norte do Iraque, a primeira indicação de que o governo está levando adiante a sua campanha militar contra o grupo, enquanto aliados do presidente Recep Tayyip Erdogan no Parlamento se preparam para recuperar o regime de partido único.
Enquanto Erdogan e o partido político dominante ainda comemoram sua vitória na eleição de domingo, as forças armadas turcas realizaram novos ataques na segunda-feira contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, conhecido como PKK, que tem sido marcado como uma força terrorista pela Turquia, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Nesta terça-feira, segundo a imprensa local, as forças de segurança turcas impuseram um novo toque de recolher em partes da província de Diyarbakir, um dos pontos de conflito com protestos contra o governo.
Na noite de domingo, manifestantes curdos entraram em confronto com a polícia turca depois de aliados de Erdogan venceram uma maioria parlamentar decisiva, que diluiu o poder dos legisladores pró-curdos em Ancara.
Em junho, o partido, mais conhecido como o AKP, perdeu sua maioria parlamentar pela primeira vez em 13 anos. No domingo, o AKP surpreendeu os pesquisadores e especialistas por recuperar uma maioria dominante e evitar ter que compartilhar o poder pela primeira vez.
O exército turco confirmou os ataques hoje e o PKK disse que estava claro que Erdogan e o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, não tinha intenções de retomar as negociações de paz.
“Esta é uma guerra”, disse Zagros Hiwa, porta-voz do PKK. Na noite da eleição, Davutoglu disse que os ataques continuariam e que a luta vai continuar com determinação.
Os líderes da Turquia disseram que estão dispostos a retomar as negociações de paz se o PKK entregar suas armas, declarar um cessar-fogo e deixar o país, coisas que os militantes curdos não estão dispostos a fazer.
Desde junho, mais de 150 autoridades de segurança turcas e centenas de combatentes do PKK foram mortos no conflito renovado.
Os novos ataques são uma extensão da campanha da Turquia contra o PKK, que recomeçou os ataques depois de um período de dois anos de cessar-fogo. Em julho, a Turquia surpreendeu seus aliados norte-americanos com o lançamento de ataques aéreos contra campos do PKK no norte do Iraque pela primeira vez em quatro anos. Fonte: Dow Jones Newswires.
