Promotores acusaram hoje 86 turcos seculares por terrorismo. O motivo é o suposto envolvimento dessas pessoas em planos para derrubar o atual governo turco, de raízes islâmicas. Os suspeitos, entre eles um ex-general e um político da oposição, supostamente conspiraram para realizar um golpe militar que derrubaria o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. O tribunal turco terá duas semanas para decidir se indicia os suspeitos.

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A informação foi divulgada pelo procurador-geral de Istambul, Aykut Cengiz Engin. O grupo enfrenta acusações de pertencer a uma organização terrorista e de provocar um levante armado com o objetivo de derrubar o governo Erdogan. Engin não divulgou os nomes dos acusados. Segundo ele, 48 dos 86 suspeitos estavam presos. Ainda segundo o promotor de Istambul, as detenções ocorreram após a polícia descobrir granadas de mão na residência de um funcionário aposentado.

O caso é o mais recente na disputa de poder atual entre o governo de raízes islâmicas e os nacionalistas, que buscam defender o secularismo estabelecido pelo fundador da Turquia moderna, Mustafa Kemal Ataturk.

Os seculares, apoiados por militares, magistrados e alguns grupos empresariais, acusam Erdogan e seu governo de tentarem impor uma agenda islâmica. Para esse grupo, o governo também faz muitas concessões às minorias cristãs e curdas como parte do projeto nacional para ingressar na União Européia. Os opositores da atual administração afirmam que as acusações são parte de uma tentativa do governo de silenciar os críticos.

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O procurador-geral da Turquia, Abdurrahman Yalcinkaya, também quer que Erdogan e 70 membros do Partido Justiça e Desenvolvimento sejam banidos de todas as atividades políticas por cinco anos. O partido de Erdogan, formado em 2001 por políticos que haviam pertencido ao movimento islâmico turco, nega ter uma agenda islâmica.