Cerca de 5 mil turcos se reuniram hoje em uma praça em Istambul para denunciar a violência étnica na província de Xinjiang, na China, que matou 184 pessoas, segundo dado oficial do governo chinês, e pedir que seu governo intervenha para proteger os uigures. Os turcos partilham ligações étnicas e culturais com os uigures, que fazem parte do mesmo grupo linguístico, e o governo tem expressado preocupação com relação ao tratamento sofrido pelos uigures pelos chineses após os conflitos do dia 5 de julho. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, até mesmo comparou a situação em Xinjiang a um genocídio.

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A China afirma que a maioria dos 184 mortos são da etnia majoritária han, o que alimentou suspeitas dos uigures muçulmanos, que afirmam que um número muito maior do seu povo foi morto no conflito. Os manifestantes se reuniram na praça Caglayan, no lado europeu de Istambul, segurando bandeiras turcas e com as cores azul e branca, da breve república Uigur, que existiu nos anos 1930. Eles gritavam palavras de ordem denunciando a violência contra os uigures e pediam ao governo para “proteger nossos irmãos”. Os manifestantes – a maioria membros de um partido islâmico – também pediam um boicote aos produtos chineses.

A violência em Xinjiang, que começou no dia 5 de julho, desencadeou protestos quase diários na Turquia, a maioria nos arredores das fortemente guardadas missões diplomáticas da China em Istambul e Ankara, onde alguns manifestantes queimaram bandeiras da China e bens fabricados no país asiático. O ministro da Indústria da Turquia, Nihat Ergun, pediu à população que pare de comprar produtos chineses, embora o governo não tenha planos para um boicote oficial.

Os uigures são a favor da independência ou maior autonomia para a província de Xinjiang, que representa um sexto do território da China continental e faz fronteira com oito países da Ásia Central. Os hans passaram a migrar em grande número para Xinjiang a partir da segunda metade do século XX à medida que a região se tornava mais desenvolvida.

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