Os tunisianos foram às urnas neste domingo para votar na primeira eleição presidencial democrática do país, concluindo um período de transição de quase quatro anos, iniciado com o levante popular que derrubou o ditador Zine El Abidine Ben Ali. O movimento na Tunísia foi o estopim de uma onda revolucionária no Oriente Médio e norte da África, que ficou conhecida como Primavera Árabe.
Embora haja 22 candidatos concorrendo ao cargo, a expectativa é que seja eleito Beji Caid Essebsi, um político de 87 anos que serviu no governo de Ben Ali. Essebsi promete restaurar a estabilidade e conter uma corrente islâmica que domina a política na Tunísia desde 2011. Sua mensagem ressonou entre tunisianos que estão preocupados com a situação da economia e com tensões referentes à segurança na fronteira com a Líbia, que enfrenta uma violenta luta interna pelo poder.
Outros, no entanto, veem Essebsi como um representante dos regimes autocráticos que governaram a Tunísia desde sua independência da França, em 1956, e cujo partido, o Nida Tunis, deve comandar a política no país após ter conquistado a maior bancada no Parlamento, no mês passado.
Essebsi, que completa 88 anos nesta semana, já foi presidente do Parlamento e ministro do Interior, da Defesa e das Relações Exteriores nas administrações de Ben Ali e de seu antecessor, Habib Bourguiba. Esse último é considerado o fundador da Tunísia moderna, embora seu governo tenha sido marcado pela repressão política. Bourguiba foi afastado do poder por Ben Ali, após um violento golpe de Estado em 1987.
O resultado final da votação de hoje deverá ser divulgado nos próximos dias. Fonte: Dow Jones Newswires.