O partido islâmico moderado da Tunísia, o Ennahda (Hizb al-Nahda) disse que formará um novo governo para o país em um mês, uma vez que resultados preliminares e parciais das eleições lhe dão o primeiro lugar, embora não a maioria. As negociações para formar uma coalizão de governo já começaram e o maior partido secular, o Congresso para a República (CPR), disse que poderá formar um governo com o Ennahda, o qual não é “o demônio e nem o Taleban”.
“Não, o Ennahda não é o demônio e nós não fazemos pactos com o diabo”, disse o líder do CPR, Moncef Marzouki, em Túnis. “Ninguém deveria considerar o Ennahda como o Taleban da Tunísia. É uma parte moderada do Islã”, disse Marzouki.
Banido durante o governo autoritário de Zine El Abidine Ben Ali, o Ennahda afirmou que seu modelo é o AK Partisi da Turquia, o Partido da Justiça e Desenvolvimento turco. A Turquia é outro país de maioria muçulmana que, como a Tunísia até agora, tem um Estado secular. Mas os críticos acusam o Ennahda de ser moderado em público e radical nas mesquitas.
Fundado por Rachid Gannouchi, um engenheiro e ex-jornalista de 62 anos que passou 16 na prisão durante o governo de Ben Ali, o Ennahda cresceu durante a clandestinidade, nas décadas de 1990 e 2000. O Ennahda tem a intenção de apresentar a candidatura do seu vice líder, Nourredine Bhiri, para o cargo de primeiro-ministro.
A contagem dos votos continua lenta. Segundo dados parciais, o Ennahda conquistou 37 das 82 cadeiras já definidas. A Assembleia Constituinte terá 217 cadeiras. Mais de 2 milhões de votos já foram contados, a metade de tunisianos que vivem no exterior e a outra metade de eleitores que vivem no país.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.