O tufão Ketsana, que varreu o sudeste da Ásia na última semana deixando mais de 300 mortos nas Filipinas, Camboja e Vietnã, perdeu força ao entrar no Laos, mas nem por isso seus moradores respiram aliviados. Os ventos de mais de 150 km/h e as fortes enxurradas que arrastaram casas e lavouras nos países vizinhos também podem ter mudado a localização de até 78 milhões de bombas do tamanho de pilhas alcalinas semeadas em todo o território do Laos durante a Guerra Secreta lançada pelos Estados Unidos contra os comunistas entre 1965 e 1973.

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“As minas e as submunições explosivas são simples objetos sobre o solo. Qualquer movimento na terra também afeta as munições”, disse o diretor de pesquisas da organização não-governamental (ONG) Landmine Action, Richard Moyes. Na época em que essas bombas foram lançadas, o Laos sequer estava em guerra. O país declarou-se neutro, mas seu território servia como corredor de abastecimento para as linhas comunistas no Vietnã. Em oito anos, os americanos despejaram 415 mil bombas carregadas com 270 milhões de submunições explosivas transportadas por 181 mil voos de bombardeio sobre o Laos.

Ainda hoje, milhares de civis laosianos são mortos ou mutilados por munições despejadas há mais de 40 anos. As estimativas oficiais – consideradas incompletas pelos especialistas – registram quase 5 mil mortos e feridos desde março de 2007. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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