O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado em entrevista ao programa “60 minutes”, da emissora CBS, que haverá “punição severa” caso investigações concluam que a Arábia Saudita está envolvida no desaparecimento e possível morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi. No último dia 2, Khashoggi foi ao consulado saudita em Istambul para obter documentos para seu casamento e desapareceu. Ele era grande crítico do país e escrevia para o jornal americano The Washington Post.

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Trump disse também que os EUA ficariam “muito chateados e com raiva” se os sauditas fossem responsáveis pelo caso, pontuando que atacar um jornalista é “algo realmente terrível e desagradável”.

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O presidente norte-americano ponderou, contudo, que não é a favor de sanções porque elas custariam empregos nos EUA. “Eles (a Arábia Saudita) estão encomendando equipamentos militares”, comentou, acrescentando que os EUA venceram concorrentes como China e Rússia quando negociaram a venda de US$ 100 bilhões em armas para o governo saudita no ano passado. “Boeing, Lockheed, Raytheon, todas estas empresas… Eu não quero comprometer empregos. Não quero perder um pedido como aquele”, disse, referindo-se a empresas de equipamentos de defesa.

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Ao vender armas para a Arábia Saudita, Washington busca evitar que o reino se volte à Rússia, que vem buscando manter laços estreitos com países do Golfo Pérsico para expandir sua influência na região. O acordo anunciado em 2017 ocorreu durante visita de Trump a Riyadh – a primeira viagem do presidente após assumir o cargo. Durante a administração de Obama, as relações entre os dois países se enfraqueceram com a decisão do ex-presidente de buscar um acordo nuclear com o Irã.

O conselheiro sênior de Trump e também seu genro, Jared Kushner, desenvolveu amizade com o príncipe saudita Mohammed bin Salman, em um esforço para reavivar as relações entre os dois países.

Trump havia prometido conversar ele próprio com o rei Salman sobre o caso na Turquia. Durante a entrevista concedida à CBS, ele afirmou que o governo saudita nega “veemente” seu envolvimento no caso. Fonte: Dow Jones Newswires.