O presidente dos EUA, Donald Trump, ignorou a conclusão da CIA de que o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, ordenou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. O líder americano afirmou que, na verdade, esse foi só um “sentimento” da agência, que segundo ele não chegou a uma conclusão definitiva sobre o envolvimento do príncipe na morte de Khashoggi.

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Em declarações a repórteres em seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida, Trump defendeu seu contínuo apoio a Salman diante da afirmação da CIA de que o príncipe ordenou a morte do jornalista saudita, um colaborador do Washington Post.

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“Ele (príncipe) nega isso veementemente”, disse Trump, acrescentando que, em sua opinião, ele “talvez tenha culpa, talvez não”. “Odeio o crime, odeio o acobertamento. Vou te dizer: o príncipe herdeiro odeia isso mais do que eu.”

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Questionado sobre quem, na sua opinião, deveria ser responsabilizado pela morte de Khashoggi, que assassinado no consulado saudita em Istambul, Trump não quis citar nomes. “Talvez o mundo deveria ser responsabilizado, porque o mundo é um lugar muito cruel”, disse.

O presidente americano também sugeriu que todos os aliados dos EUA tiveram o mesmo comportamento dos americanos, declarando que, se eles tivessem seguido as críticas contra a Arábia Saudita nos últimos dias, “não teríamos ninguém como aliado”.

Gravações

Depois de oferecer várias explicações contraditórias, na semana passada Riad disse que Khashoggi foi morto e seu corpo foi esquartejado após as negociações para persuadi-lo a voltar à Arábia Saudita terem fracassado.

Um jornal da Turquia afirmou nesta quinta-feira, 22, que a diretora da CIA, Gina Haspel, indicou a autoridades turcas que a agência tem uma gravação de um telefonema no qual o príncipe herdeiro deu instruções para “silenciar” o jornalista. Riad alega que o príncipe não teve conhecimento prévio do assassinato.

“Há rumores sobre uma outra gravação”, afirmou o jornal “Hurriyet”, segundo o qual a suposta ligação foi entre o príncipe e seu irmão, o embaixador saudita em Washington. “O príncipe herdeiro teria dado ordens para silenciar Jamal Khashoggi o mais cedo possível em um telefonema monitorado pela CIA”, diz o jornal.

Khashoggi foi assassinado em 2 de outubro durante uma operação que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, garante ter sido ordenada pelo nível mais alto da liderança saudita. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.