O republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton estão de olho em uma oportunidade de se distanciarem de seus revivais hoje, na chamada Super Terça, quando acontecem ao mesmo tempo as prévias partidárias em diversos estados americanos. O evento pode acelerar a corrida dos pré-candidatos favoritos de cada partido à Presidência dos EUA.
A votação acontecerá em um momento turbulento para os republicanos, com a perspectiva de que Trump se torne a indicação do partido. Seus principais rivais, os senadores Marco Rubio (Flórida) e Ted Cruz (Texas), estão comprometidos com os esforços de conter o magnata bilionário do setor imobiliário. Rubio, em particular, tem feito ataques pessoais surpreendentes, mas ainda não se sabe se as tentativas de minar a campanha de Trump não vieram muito tarde.
O clima ferveu durante a campanha de Trump em Radford, na Virginia, onde ele foi repetidas vezes perturbado por manifestantes que gritavam: “vidas negras importam”. Em outro momento, quando comentava assuntos relacionados a imigração e foi interrompido por manifestantes, ele perguntou: “vocês são do México?”. Ele ordenou a retirada de várias pessoas do evento e depois se disse uma força política de unificação.
“Acredite ou não, nós vamos unificar esse país”, afirmou.
Como Trump, Hillary Clinton venceu três de quatro primárias. Sua vitória teve o forte apoio dos eleitores negros, dando-lhe vantagem em muitos estados do Sul, onde os eleitores afro-americanos têm grande participação.
Ao invés de focar em seus oponentes do Partido Democrata, Hillary preferiu se concentrar em Trump. Ela está se posicionando como uma alternativa civil aos insultos e intimidações que consumiram a campanha republicana.
“O que não podemos deixar acontecer é o bode expiatório, o ardor, o acusador
que está vindo do lado republicano”, disse em Springfield, Massachusetts. “Isso realmente prejudica nossa construção como uma nação. Então, eu quero fazer tudo o que puder nesta campanha para levar-nos a um curso diferente.”
Sanders, que se autodescreve como o socialista democrata que estimulou jovens eleitores ao defender a revolução política, busca se aproximar de Hillary no Sul e conquistar vitórias em estados como Minnesota e Vermont. Mas Sander enfrentar duras questões relacionadas à sua capacidade de avançar em minorias que são o coração dos eleitores democratas. Ainda assim, Sanders tem os meios de permanecer na corrida até o fim das primárias em junho, já que sua campanha informou que ele conseguiu levantar sozinho mais de US$ 41 milhões em fevereiro.
Trump tenta varrer o Sul, o que seria um golpe enorme para Cruz. O senador do Texas, favorito dos conservadores da região e evangélicos cristãos, esperava que o Sul fosse sua blindagem, mas agora apenas conta com uma vitória em seu estado natal.
O objetivo de Rubio na Super Terça é ainda mais modesto. Ele busca se manter competitivo na contagem de delegados e espera uma vitória em casa, na Flórida, no dia 15 de março.
O senador da Flórida tem se posicionado como a melhor chance republicana de vencer nas eleições e tem recebido uma enxurrada de avais de autoridades partidárias. Mas ele falhou em vencer nos estados até agora, levantando dúvidas sobre sua estratégia para enfrentar Trump.
Os republicanos passaram meses deixando Trump passar em branco, assumindo erroneamente que o seu apelo populista com os eleitores poderia fracassar. Agora, os líderes do partido estão divididos entre os que se comprometem a seguir Trump se ele ganhar
indicação de seu partido para concorrer a Presidência e outros que insistem em nunca apoiá-lo.
Uma pesquisa da Associated Press feita junto a senadores e governadores republicanos em todo o país mostrou que um pouco menos de metade dos entrevistados não apoiaria Trump se ele fosse o escolhido do partido. Sua rejeição prenunciado pode levar o partido a se dividir. Fonte: Associated Press