O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a insinuar que, se os democratas não derem apoio no Congresso a um projeto de lei orçamentária que reserve dinheiro para o governo construir um muro na fronteira com o México, a paralisação parcial da máquina pública federal pode durar “um longo tempo”. Ao fim do dia de hoje, o atual congelamento da máquina pública federal se tornará o mais longo da história, superando os 21 dias de shutdown durante a presidência do democrata Bill Clinton.
“Estaremos fora (de funcionamento) por um longo tempo a não ser que os democratas voltem das suas ‘férias’ e retornem ao trabalho. Estou na Casa Branca pronto para assinar!”, escreveu, em uma das numerosas publicações feitas hoje no Twitter.
O republicano repetiu que existe uma “imensa crise humanitária” relacionada à imigração clandestina pela divisa sulista do país, alegando que 23% dos presos em penitenciárias federais seriam imigrantes ilegais e que as detenções na fronteira teriam subido 240%, sem explicitar o intervalo de tempo em que essa variação teria ocorrido.
“Os democratas deveriam voltar a Washington e trabalhar para encerrar o shutdown, ao mesmo tempo encerrando a horrível crise humanitária”, escreveu Trump, dizendo estar “esperando” os líderes da oposição na sede do governo.
Além de instar americanos a ligar para deputados e senadores democratas para pressioná-los a solucionar a paralisação, o presidente reclamou de um repórter do Washington Post que, segundo ele, teria descrito a situação na Casa Branca como “caótica” e afirmado que o governo não tem “plano” algum para destravar o impasse orçamentário que deixa centenas de milhares de servidores públicos sem receber seus salários.
“Os Falsos sempre gostam de falar em caos, não há nenhum (caos). Na verdade, não há quase ninguém na Casa Branca além de mim, e eu tenho, sim, um plano para o shutdown”, afirmou. “Mas para entender esse plano você teria de entender o fato de que eu ganhei a eleição, e eu prometi segurança para o povo americano. Parte dessa promessa foi um muro na fronteira sulista. Eleições têm consequências!”, concluiu.