Tropas do governo da Somália abriram fogo contra civis famintos nesta sexta-feira na capital Mogadiscio, matando pelo menos 7 pessoas, quando grupos de pessoas desesperadas por alimentos entraram em choque com os soldados em um local de distribuição de alimentos enviados pelas Nações Unidas.

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Testemunhas acusam soldados do governo de começarem o caos ao tentarem roubar rações de comida, enquanto voluntários tentavam manter as tropas fora do maior campo para refugiados famintos na capital somali. Refugiados começaram a entrar na confusão e os soldados abriram fogo, disseram as testemunhas. “Foi um massacre. Eles atiraram em todo mundo”, disse Abdi Awale Nor, que vive no campo. “Os corpos dos mortos foram deixados no local e os feridos sangraram até morrer”.

David Orr, porta-voz do programa mundial de alimentação das Nações Unidas, disse que a distribuição de alimentos começou nesta sexta-feira às 6 horas da manhã, mas rapidamente degenerou em confusão algumas horas depois.

“Tivemos relatos de brigas, saques. Caminhões foram atacados por uma multidão. Existem relatos de mortes”, disse Orr, o qual afirmou não poder confirmar o número de óbitos.

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Outro refugiado, Muse Sheik Ali, disse que os soldados primeiro tentaram roubar alimentos, e que então os refugiados começaram a roubar. “Então os soldados abriram fogo contra os civis e 7 pessoas, incluindo idosos, foram mortas no local. Então os soldados saquearam a comida e as pessoas fugiram”.

Dezenas de milhares de somalis famintos fugiram para a capital Mogadiscio, deixando as regiões do sul assoladas pela seca e pela fome. A seca e a fome já mataram 29 mil crianças na Somália nos últimos 90 dias, de acordo com estimativas do governo dos Estados Unidos.

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As informações são da Associated Press.