Tropas sírias matam 5 em meio a repressão a protestos

Pelo menos cinco pessoas morreram no momento em que milhares de soldados tomaram posições na cidade de Deraa, na Síria, foco de protestos contra o regime do presidente Bashar Assad, disse uma testemunha à France Presse, por telefone. Nos últimos dias, o governo sírio tem realizado uma onda de repressão aos manifestantes contra o regime.

Segundo a testemunha, era possível ouvir disparos pela cidade do sul do país. “Os minaretes das mesquitas estão apelando por calma. As forças de segurança estão entrando em casas. Há um toque de recolher, e eles disparam naqueles que deixam suas casas”, relatou a testemunha em Deraa. “Eles até disparam em caixas d’água nos telhados para deixar as pessoas sem água.”

Ativistas pelos direitos humanos disseram que três mil militares chegaram a Deraa no início desta segunda-feira, com tanques tomando posições no centro da cidade e atiradores de elite no alto de telhados. Os ativistas diziam não ter como contabilizar as mortes, pois os atiradores de elite impediam a circulação. “Há corpos jogados nas ruas e não podemos recuperá-los”, relatou um ativista.

Além disso, a Síria fechou sua fronteira com a Jordânia, informou hoje o ministro da Informação jordaniano, Taher Adwan. Segundo Adwan, citado pela agência estatal Petra, a medida “é relacionada com a situação interna na Síria”. “Nós esperamos que o movimento na fronteira volte ao normal em breve.”

Deraa fica a cinco quilômetros da fronteira jordaniana. “Nós tentamos cruzar para a Síria, mas autoridades sírias fecharam os únicos postos fronteiriços com a Jordânia, em Deraa e Naseeb”, disse uma testemunha jordaniana em Amã à France Presse, pedindo anonimato.

Desde a última sexta-feira, o governo sírio intensificou a repressão aos protestos contra o governo e por democracia. Já morreram mais de 135 pessoas desde a sexta-feira, segundo ativistas pelos direitos humanos e testemunhas. Mais de 200 oposicionistas foram presos na ação do governo de Assad para sufocar os protestos.

Na quinta-feira passada, Assad acabou com um estado de emergência que vigorava na Síria havia 48 anos. Apesar disso, continuou a repressão aos protestos pelo fim da corrupção e por democracia. Segundo o governo de Damasco, com as novas leis é preciso que as pessoas primeiro consigam autorização oficial, para então poderem realizar qualquer protesto. As informações são da Dow Jones.

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