O exército norte-americano marcou o final de quase sete anos de presença no Iraque neste sábado ao passar o comando da província de Anbar para o Exército local. A província foi palco de uma das mais ferozes batalhas da Guerra do Iraque mas agora é parte essencial da cooperação entre Estados Unidos e Iraque. A troca de guarda – realizada ao som da banda militar e com a presença de alguns xeiques sunitas influentes de Anbar – sinaliza o início de uma retirada acelerada das tropas de “marines” norte-americanos à medida que o foco dos Estados Unidos está mudando para a guerra do Afeganistão.
Para os comandos americanos, os ganhos de segurança obtidos em lugares como no oeste da província de Anbar é um sinal de que a parceria com as forças de segurança iraquianas estão funcionando e que as tropas locais podem manter o local seguro. Mas existem temores crescentes em relação a uma possível ressurgência de tensões sectárias, alimentadas pelos planos do governo iraquiano, dominado pelos xiitas, para fazer uma “lista negra” de mais de 500 candidatos ao parlamento que teriam ligações com o regime de Saddam Hussein.
Em Bagdá, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encontrou-se com os lideres iraquianos neste sábados para aliviar as pressões. Enquanto ele manteve baixa as expectativas em torno de uma ruptura, dizendo aos repórteres depois do encontro com o presidente Jalal Talabani, que os iraquianos é que resolveriam a questão da “lista”. Porém, a Casa Branca teme que a “lista” levante questionamentos sobre a legitimidade das eleições parlamentares de sete de março, que é vista como um passo importante na agenda de saída dos americanos do Iraque e uma forma de quebrar o impasse político sobre questões importantes como a divisão do faturamento gerado pelo petróleo iraquiano.
Os “marines” formalmente passaram a responsabilidade por Anbar para o Exercito em uma cerimônia realizada em Ramadi. Durante a passagem, os guardas americanos e iraquianos ficaram junto enquanto o hino nacional dos dois países foram executados. Cerca de 25 mil soldados norte-americanos ficaram no Iraque no pico da luta, a maioria em Anbar. Atualmente, existem menos de 3 mil. Quase todos deixarão a região em algumas semanas. As informações são da AP.