O intercâmbio de combustível nuclear com países ocidentais, conforme proposto por um plano elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), continua sendo uma opção para o Irã, reafirmou no fim da noite de ontem Ali Akbar Salehi, diretor da agência atômica e vice-presidente da república islâmica.
Salehi já havia feito a afirmação na noite de segunda-feira. O reforço do comentário veio à tona horas depois de o Irã ter anunciado o início da produção de urânio enriquecido a 20%, apesar das objeções dos Estados Unidos e de seus principais aliados. Hoje, o vice-presidente foi citado pela tevê estatal iraniana afirmando que o processo de enriquecimento de urânio “transcorre tranquilamente”.
De acordo com o plano proposto pela ONU no ano passado, o Irã enviaria ao exterior a maior parte de seu urânio enriquecido a 3,5% a fim de que a substância fosse processada em barras de combustível para a operação de um reator de pesquisas em Teerã.
Os EUA e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O país persa sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
O enriquecimento de urânio é um processo essencial para a geração de combustível utilizado no funcionamento de usinas nucleares. Caso esteja enriquecido a mais de 90%, o urânio pode ser usado em armas atômicas. Antes do processo iniciado hoje, o Irã vinha produzindo havia anos urânio enriquecido a 3,5%, em desafio a três pacotes de sanções aprovados pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU.