Um juiz de Moscou condenou nesta sexta-feira oito manifestantes contrários ao governo por manifestações realizadas durante as demonstrações contra Vladimir Putin, após um julgamento visto como parte dos esforços do Kremlin de sufocar a oposição.
O juiz declarou os réus culpados por uma série de acusações no início da declaração do veredicto, lida nesta sexta-feira. A audiência de sentença foi adiada para segunda-feira.
Do lado de fora do tribunal, a polícia deteve cerca de 50 pessoas que integravam um grupo maior de manifestantes que se reuniu em apoio aos réus.
O protesto de 6 de maio de 2012, que aconteceu na véspera da posse do terceiro mandato presidencial de Putin, se transformou num ato violento depois que a polícia restringiu o acesso à praça Bolotnaya, nas proximidades do Kremlin, onde os manifestantes haviam planejado se reunir. Alguns dos participantes do protesto jogaram garrafas e pedaços de asfalto contra a polícia, que revidou com cassetetes e deteve mais de 400 pessoas.
O protesto na praça Bolotnaya aconteceu após manifestações maiores contra Putin, que chegaram a atrair cerca de 100 mil para as ruas de Moscou, a maior demonstração de descontentamento desde o colapso da União Soviética.
Após sua posse, Putin introduziu leis mais duras contra manifestações que preveem pesadas multas a participantes de protestos não autorizados e impôs restrições a organizações não governamentais.
Vinte e nove manifestantes da praça Bolotnaya foram indiciados, mas 11 foram libertados durante anistia decretada em dezembro. A medida foi vista como uma tentativa de Putin de melhorar a imagem da Rússia antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi. Fonte: Associated Press.