Um tribunal de Cuba condenou neste sábado o norte-americano Alan Gross por crimes contra o Estado e o sentenciou a 15 anos de prisão, um veredicto que certamente terá repercussões sobre as relações já complicadas entre os dois países.

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Segundo o tribunal, os promotores conseguiram provar que Gross, de 61 anos, estava trabalhando em um programa “subversivo” pago pelos EUA com o objetivo de derrubar o sistema político cubano. Os promotores pediram uma pena de 20 anos de reclusão.

Nascido no Estado de Maryland, Gross foi preso em dezembro de 2009, quando trabalha em um projeto apoiado pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês). O governo dos EUA e a família do réu disseram que ele estava trabalhando para melhorar o acesso à Internet para a comunidade judaica da ilha, que não fez nada de errado e que deveria ser libertado.

As autoridades cubanas chamaram-no de mercenário e sustentavam que as intenções de Gross eram nefastas. O tribunal disse que o programa para o qual Gross trabalhava – parte de um esforço de US$ 20 milhões de Washington para apoiar a democracia na ilha – era uma demonstração de que o governo norte-americano continua tentando derrubar um sistema político instalado em 1959 e que é conduzido desde então por Fidel Castro e seu irmão, Raúl.

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A condenação não foi propriamente uma surpresa, mas deve impactar as relações entre EUA e Cuba. Em testemunho perante o Congresso na última quinta-feira, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, pediu a Cuba que liberte o norte-americano. “Nós lamentamos a injustiça contra Alan Gross”, disse ela. “Queremos que ele volte para casa.”

Gloria Berbena, uma porta-voz da missão diplomática dos EUA na ilha, disse à Associated Press que os diplomatas norte-americanos não foram oficialmente notificados da decisão do tribunal e que ainda estão tentando verificá-la. Diversas pessoas próximas ao caso disseram que o tribunal irá primeiro notificar o advogado cubano de Gross, que por sua vez comunicará a decisão a seu cliente e às autoridades dos EUA.

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Os defensores de Gross também deverão tentar libertá-lo por meio de uma ação judicial ou um pedido de clemência, possivelmente tomando como base questões humanitárias. As informações são da Associated Press.